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Kfir Bibas. Hamas diz que bebé de dez meses morreu, Israel não confirma

O bebé tornou-se o símbolo da brutalidade do Hamas, que avança que morreu com a mãe e o irmão. "Será que o bebé Kfir é inimigo do Hamas?", questiona a família.

Israel está a analisar a informação da morte do bebé Kfir Bibas, o mais novo entre as pessoas feitas reféns pelo Hamas a 7 de novembro. As brigadas de Al-Qassam, o braço armado do Hamas, avançou que o bebé de dez meses, a mãe Shiri e o irmão Ariel, de quatro anos, tinham morrido num bombardeamento contra a Faixa de Gaza antes do cessar-fogo entre o Hamas e Israel. 

A família foi informada sobre a possível morte do bebé e da família, mas aguarda confirmação das autoridades israelitas. O paradeiro do pai, Yarden, ainda é desconhecido. "O Hamas tem toda a responsabilidade pela segurança de todos os reféns na Faixa de Gaza. O Hamas deve ser responsabilizado. As ações do Hamas continuam a colocar em perigo os reféns, que incluem nove crianças. O Hamas deve libertar imediatamente os nossos reféns", defenderam as Forças Armadas de Israel. 

O nome dos Bibas não surgiu ainda na lista de reféns a libertar. A família foi raptada na sua casa num kibbutz em Nir Oz, no sul de Israel. Um vídeo do incidente mostra Shiri aterrorizada com ambas as crianças embrulhadas num cobertor quando foram levadas pelo Hamas. Noutras imagens é possível ver o pai que parece ter sido ferido.

Hostages and Missing Families Forum/Handout via REUTERS

Daniel Hagari, principal porta-voz do grupo militar de Israel, disse numa conferencia de impressa na terça-feira, 28, que a família tinha sido entregue pelo Hamas a outro grupo militante palestiniano, o que pode complicar os esforços para a sua libertação. Outro porta-voz, o tenente-coronel Avichay Adraee, referiu que a família estava na área de Khan Younis, no sul de Gaza, mas o Hamas não indicou a localização ou o estado das 170 pessoas que ainda detém.

O bebé Kfir tornou-se no símbolo da brutalidade do ataque do Hamas, que desencadeou uma ofensiva militar israelita que matou mais de 15 mil pessoas em Gaza, tendo até mais de 100 israelitas, que querem a libertação de todos os reféns, organizado uma manifestação em Telavive a exigir a libertação da família Bibas.

Quando Kfir não foi libertado juntamente com outros reféns, a sua família divulgou um comunicado dizendo que "saber que não receberemos o abraço que tanto desejámos deixou-nos sem palavras". "Não há precedentes para algo assim, para um bebé que foi raptado quando tinha nove meses de idade", disse Eylon Keshet, um primo do pai de Kfir aos jornalistas. "Será que o bebé Kfir é inimigo do Hamas?", desabafa.

Já Ofri Bibas Levy, tia das crianças, perguntou o porquê de os rapazes estarem a demorar tanto tempo a serem libertados. "Talvez seja parte de uma guerra psicológica contra nós, a minha esperança é que eles não sejam vistos como um troféu", disse.

No que parece ser um esforço para aumentar a pressão da libertação da família, Naftali Bennett, antigo primeiro ministro de Israel, levou uma fotografia de Kfir aos meios de comunicação internacionais exibindo-a perante as câmaras.

"Há 53 dias que estão em Gaza e não sabemos quem os abraça, quem lhes dá banho ou quem os acalma se estiverem a chorar", disse Bibas Levy durante uma conferência de imprensa.

Já Jimmy Miller, um primo de Shiri Bibas, disse ao Channel 12 TV que "Kfir tem apenas 10 meses de idade, é uma criança que ainda nem sequer sabe dizer 'mamã'. Ainda não está a comer alimentos sólidos, não tem a capacidade de sobreviver lá".

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