Segundo fonte da presidência japonesa do Conselho de Segurança, citada pela agência France Press, vão ser discutidos outros assuntos durante a reunião, com a questão de Jerusalém a ser abordada, ao que tudo indica, no final do encontro.
Oito países que estão contra a decisão do presidente dos Estados Unidos solicitaram o encontro de urgência do Conselho de Segurança ao Japão, que preside este mês o órgão, pedindo que António Guterres, secretário-geral da ONU, que informe os 15 membros do conselho.
Os oito países que solicitaram a reunião foram a Bolívia, Egipto, França, Itália, Senegal, Suécia, Reino Unido e Uruguai.
António Guterres disse naquele dia que a paz no Médio Oriente só será possível concretizando a visão de dois estados, com Jerusalém como a capital de ambos, Israel e a Palestina.
Numa declaração que durou cerca de dois minutos, Guterres disse que só "concretizando a visão de dois estados a viver lado a lado, em paz, segurança e reconhecimento mútuo, com Jerusalém como a capital de Israel e da Palestina" é que "as aspirações legítimas de ambos os povos serão alcançadas."
"Quero deixar isto bem claro: não há alternativa para a solução de dois estados. Não há plano B", garantiu o secretário-geral.
"Jerusalém é a capital de Israel"
Esta quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, e confirmou a mudança da embaixada norte-americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Esta decisão reverte uma tradição da política norte-americana com quase 70 anos, e causa tensão na comunidade internacional e nas relações israelo-palestinianas.
"Quando cheguei a este cargo, decidi olhar para os desafios do mundo com olhos abertos e ideias frescas", disse Trump, explicando que "seria um erro assumir que aplicar a mesma receita iria trazer melhores resultados". "Desafios velhos precisam de novas abordagens - e eu estou disposto a pô-las em prática. É tempo de formalizar Jerusalém como capital de Israel", concretizou.
"Ao longo de 20 anos anos, os Presidentes que representaram os EUA rejeitaram reconhecer oficialmente Jerusalém como capital de Israel", afirmou o Presidente norte-americano. . "Na verdade, recusámos reconhecer qualquer capital de Israel. Mas hoje finalmente reconhecemos o óbvio. Que Jerusalém é a capital de Israel. Não nada mais nada menos do que o reconhecimento da realidade. É também a coisa certa para fazer. É algo que tem de ser feito", acrescentou.
Contudo, e numa tentativa de apelar à "calma" e "tolerância", Trump frisa que está "comprometido com um acordo de paz" que seja aceitável para ambas as partes. "Esta decisão não representa de todo qualquer falha no nosso compromisso nas negociações de paz", declarou o Presidente norte-americano, sublinhando que quer alcançar "um grande acordo" de paz.
Antes da conferência de imprensa e à entrada para o conselho de ministros, Donald Trump disse que este "é um grande anúncio" que "vem atrasado". "Muitos Presidentes disseram que queriam fazer alguma coisa em relação a isto, mas não fizeram. Seja por [falta de] coragem ou por terem mudado de ideias, não sei", declarou Trump, citado pela CNN. "Mas muitas pessoas já disseram que queriam fazer algo em relação a isto e não fizeram", acrescentou.