Ao longo da noite de 25 de fevereiro e de 26, vários países europeus que ainda estavam reticentes mudaram de posição sobre retirar o regime de Putin do sistema internacional de transações bancárias. A imprensa alemã escreve mesmo que agora, na UE, "já só a Alemanha ainda" resiste a esta medida drástica.
O diário alemão Die Zeitescrevia à hora de almoço, num tom crítico: "Já só a Alemanha resiste." Neste momento, há notícias de que mesmo os EUA estão a ponderar a sanção económica mais drástica, depois de vários parceiros europeus que inicialmente não se mostraram favoráveis à expulsão da Rússia do sistema SWIFT terem mudado de posição. Nas últimas horas, vários países, como a Hungria, Chipre, Itália e República Checa mudaram, um a um, a sua posição. Os mais surpreendentes terão sido a Hungria, cujo presidente, Viktor Orbán, manteve relações de proximidade com Putin, e a República Checa, com dependência praticamente total do gás russo.
Os Estados Bálticos, assim como a Polónia, pediram desde o início da invasão a expulsão imediata da Rússia do sistema SWIFT. Neste momento, na União Europeia, só as autoridades alemãs mantêm uma linha de resistência. O discurso oficial tem sido o de que o país admite a possibilidade, mas pretende "calcular o custo para os seus próprios cidadãos", de acordo com uma fonte do governo alemão citada pela agência Reuters. Na quinta-feira, o chanceler Olaf Scholz tinha dito que preferiria deixar a hipótese de cortar a Rússia do SWIFT para mais tarde, justificando que deveria ser "reservada para uma altura em que possa ser necessário fazer também outras coisas".
A mudança de posição de outros Estados europeus pode ter sido ditada pela pressão interna das respetivas opiniões públicas face à hesitação inicial das lideranças. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros Dmytro Kuleba reagiu na quinta feira à ausência de decisão sobre a "bomba atómida" financeira sobre a Rússia dizendo que "quem duvidar de que a Rússia deve ser banida do sistema SWIFT tem de perceber que o sangue de homens, mulheres e crianças ucranianos inocentes também estará nas suas mãos". Já na sexta feira, 25, foi o ministro da defesa Oleksii Reznikov a pedir aos europeus para partilharem o que se passa na Ucrânia no espaço mediático "da Hungria , da Itália e da Itália" - os derradeiros resistentes à sanção mais grave. Já depois disso, quer a Itália quer a Hungria vieram de facto a mudar de posição.
Falta ainda a Alemanha. Mas é uma falta de peso, da maior economia europeia. Este sábado teve lugar uma manifestação de protesto junto à embaixada alemã na Lituânia, por causa desta posição. Uma petição endereçada a Scholz para que mude de posição recolheu rapidamente perto de 50 mil assinaturas. A petição, na plataforma change.org. diz que "agora não é o momento de políticas de apaziguamento (...) e isso inclui sanções massivas."
Mas dentro da coligação que suporta o governo alemão, a decisão de espera parece ser consensual. A líder de Os Verdes e ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, justificou a contenção alemão e a posição de Scholz, e o líder do grupo parlamentar dos liberais do FDP, Christian Dürr, defendeu que seriam mais eficazes as sanções direcionadas a bancos russo. No entanto, ao dia de hoje a Alemanha ficou de facto sozinha na UE neste discurso.
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