Deir al-Balah era a única cidade de Gaza que não tinha sofrido grandes operações terrestres nos 21 meses de guerra, o que levava à especulação de que os israelitas acreditavam que é ali que o Hamas mantém grande parte dos reféns.
As tropas israelitas avançaram pela primeira vez para uma cidade no centro de Gaza onde estão sediadas muitas organizações de ajuda humanitária, no que parece ser um esforço para dividir o enclave palestiniano com corredores militares.
Deir al-Balah era a única cidade de Gaza que não tinha sofrido grandes operações terrestres nos 21 meses de guerra, o que levava à especulação de que os israelitas acreditavam que é ali que o Hamas mantém grande parte dos reféns, no entanto esse foi um cenário que se alterou na segunda-feira depois de os soldados entrarem na região.
A Organização Mundial de Saúde avançou que os soldados israelitas invadiram a residência principal dos seus funcionários em Deis al-Balah e forçaram mulheres e crianças a evacuarem a cidade em direção à costa, a pé. "Funcionários e familiares do sexo masculino foram algemados, despidos, interrogados no local e revistados sob a mira de armas", relatou em comunicado antes de referir que um dos seus funcionários ainda se encontra detido. A OMS alertou ainda que o seu principal armazém na cidade foi danificado por uma explosão que prejudicou a capacidade da agência em ajudar hospitais e equipas médicas de emergência.
O porta-voz da Nações Unidas, Stephane Dujarric, já tinha relatado que duas casas da ONU na cidade foram danificadas e que grandes ataques aéreos israelitas foram ouvidos na área. Ainda assim garantem que os funcionários locais e internacionais continuarão a trabalhar.
As IDF ainda não comentaram os ataques nem esclareceram se a ordem de evacuação também se aplica aos grupos de ajuda humanitária que estão na cidade, limitando-se a dizer que mantêm contacto contínuo com os grupos e estão prontos para facilitarem a sua realocação se assim for necessário.
A principal associação que representa as famílias dos reféns já afirmou estar "chocada e alarmada" com a incursão e exigiu respostas por parte dos líderes israelitas. No entanto Israel diz que a tomada de território tem como objetivo pressionar o Hamas a libertar reféns. O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecias alertou que "o povo de Israel não perdoará ninguém que intencionalmente tenha colocado os reféns em perigo, tanto os vivos quanto os mortos. Ninguém poderá alegar que não sabia o que estava em jogo".
Um território sob pressão
Tendo em conta que Deir al-Balah era uma das poucas cidades que escaparam aos ataques israelitas dezenas de milhares de pessoas tinham-se deslocado para lá, cumprindo as anteriores ordens de evacuação em outras áreas. O coordenador humanitário da ONU diz que 87,8% do território de Gaza está atualmente sob ordens de evacuação ou em zonas militares israelitas, "deixando 2,1 milhões de civis espremidos em 12% da Faixa, onde os serviços essenciais entraram em colapso".
A agência alimentar da ONU tem acusado as forças israelitas de dispararem contra a multidão de palestinianos que tenta aceder aos locais de distribuição de ajuda humanitária, ataque te se terá repetido no fim de semana. Segundo o Programa Mundial de Alimentos, uma multidão que cercava o seu comboio no domingo "foi alvo de tiros de tanques israelitas" e "inúmeras vidas" foram perdidas, um fotografo a AP contou 51 corpos em dois hospitais. Já o Ministério da Saúde de Gaza garante que este foi mesmo um dos ataques mais mortais desde que a Fundação Humanitária de Gaza, gerida por Israel e pelos Estados Unidos, começou a operar no território, em fevereiro deste ano, levando à morte de pelo menos 80 pessoas.
Num sinal da frustração internacional, 25 países, incluindo Portugal, Reino Unido e França, emitiram uma declaração onde reiteram que "a guerra em Gaza deve acabar agora", criticam as restrições que Israel impôs à entrada de ajuda humanitária e pedem a libertação dos cinquenta reféns que ainda permanecem sob alçada do Hamas.
Membros do Hamas atacaram o sul de Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1 200 pessoas e sequestrando 251. Neste momento acredita-se que menos de metade dos 50 reféns que ainda estão em Gaza estejam vivos.
Desde então Israel iniciou uma ofensiva militar que já matou mais de 59 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A contagem não faz distinção entre militares e civis, mas as autoridades do enclave afirmam que mais de metade dos mortos são crianças e mulheres.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
As declarações do ministro das migrações, Thanos Plevris – “Se o seu pedido for rejeitado, tem duas opções: ir para a cadeia ou voltar para o seu país… Não é bem-vindo” – condensam o seu programa, em linha com o pensamento de Donald Trump e de André Ventura.
Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso