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Filha de Navalny pede que pai em greve de fome seja visto por médicos

Leonor Riso
Leonor Riso 18 de abril de 2021 às 12:47
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Alexei Navalny, opositor do regime de Putin na Rússia, não come desde 31 de março. Médicos alertam que rins podem falhar e matá-lo.

A filha de Alexei Navalny, opositor do regime de Vladimir Putin na Rússia que está a cumprir uma greve de fome na prisão, pediu às autoridades russas que permitam que o pai seja tratado por um médico. O pedido surge um dia depois de profissionais de saúde avisarem que Navalny está em risco de falência renal. 

Reuters

Navalny deixou de comer a 31 de março, em protesto pelas autoridades prisionais não lhe facultarem acesso a cuidados médicos para tratar dores graves nas costas e nas pernas. 

As autoridades prisionais garantem ter oferecido cuidados médicos a Navalny, mas dizem que o político de 44 anos os recusou e insistiu em ser tratado por um médico da sua escolha fora do estabelecimento prisional - o que não foi acatado. 

"Deixem o meu pai ser visto por um médico", pediu Dasha, filha de Alexei Navalny, no Twitter. 

Um sindicato médico com ligações a Navalny revelou este sábado, 17, que o opositor do regime se encontrava em estado crítico, citando exames médicos que mostravam que os rins podiam falhar, o que pode causar paragem cardíaca. 

Um grupo de atores, escritores, historiadores, jornalistas e realizadores, incluindo Jude Law e J. K. Rowling, escreveu uma carta aberta ao presidente Vladimir Putin na sexta-feira, pedindo-lhe que assegure que Navalny acede a cuidados médicos. 

Um grupo de deputados regionais da oposição também pediu a Putin que certifique que Navalny é bem tratado. 

Numa entrevista à BBC, o embaixador russo no Reino Unido acusou Navalny de procurar atenção: "Não lhe será permitido morrer na prisão, mas posso dizer que o senhor Navalny comporta-se como umhooligan, absolutamente. O objetivo de tudo isto é atrair as atenções."

Alexei Navalny alega que as autoridades prisionais o ameaçaram prender com um colete de forças para o alimentarem à força, a não ser que deixe de fazer greve de fome. 

O opositor do regime foi condenado em fevereiro a dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, o que ele diz ter sido fabricado. Navalny foi detido em janeiro depois de voltar à Rússia vindo da Alemanha, onde recuperou de um envenenamento que disse dever-se a Putin.

O Kremlin diz não ter provas em como ele foi envenenado e defende que Navalny é um agente subversivo apoiado pelos EUA para destabilizar a Rússia. 

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