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Famílias de reféns israelitas em Gaza convocam novo protesto para domingo

As famílias instaram esta segunda-feira Donald Trump a usar as suas "extraordinárias capacidades de negociação" para chegar a um acordo que permita a libertação dos 50 reféns.

As famílias dos reféns israelitas na Faixa de Gaza convocaram para domingo um novo protesto em todo o país, exigindo um acordo abrangente de paz com o movimento islamita Hamas que contemple a libertação dos familiares.

Famílias de reféns protestam em Gaza
Famílias de reféns protestam em Gaza AP Photo/Ariel Schalit

"As iniciativas de ontem [domingo], 'Israel Retira', em todo o país, demonstraram claramente o que deseja a maioria da população israelita: trazer de volta os reféns e acabar com a guerra", afirmou o Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas sobre o dia de greves e protestos convocado pelo grupo.

De acordo com o Fórum, que representa a maioria dos familiares dos sequestrados nos ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023, as atividades no domingo vão incluir uma marcha pelas ruas de Telavive e um protesto na chamada Praça dos Reféns, no centro da cidade, onde centenas de milhares de pessoas se reuniram domingo em apoio às famílias.

Segundo os organizadores, mais de dois milhões de israelitas marcaram presença nas ruas, embora a greve nacional tenha contado com pouca adesão dos sindicatos e nas empresas.

As famílias instaram esta segunda-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, a usar as suas "extraordinárias capacidades de negociação" para chegar a um acordo que ponha fim à guerra e permita a libertação dos 50 reféns ainda mantidos em Gaza, dos quais Israel estima que 20 ainda estejam vivos.

"Enquanto trabalham para resolver o conflito na Ucrânia, rezamos para que apliquem a mesma determinação para pôr fim a este pesadelo em Gaza", disseram os familiares, antes do encontro agendado entre o Presidente norte-americano e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.

O chefe do Estado-Maior exército israelita anunciou no domingo que vai concentrar as suas operações na cidade de Gaza, no norte do território palestiniano, para atacar de “forma decisiva” o Hamas.

“Hoje aprovámos o plano para a próxima fase da guerra”, declarou Eyal Zamir, durante uma visita no terreno à Faixa de Gaza, citado num comunicado do exército.

A manifestação de domingo encerrou um dia de protestos e greves nacionais — em setores como comércio e transporte — contra a decisão do Governo israelita de expandir a ofensiva na Faixa de Gaza em vez de negociar um acordo para a devolução dos reféns.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou os apoiantes da greve geral de reforçarem o movimento islamita palestiniano Hamas e de atrasarem a libertação dos detidos.

"Aqueles que pedem hoje o fim da guerra sem uma derrota para o Hamas não apenas fortalecem a posição do Hamas e atrasam a libertação dos nossos reféns, mas também garantem que os horrores de 07 de outubro se repetirão continuamente, e que teremos que travar uma guerra sem fim", acusou Netanyahu na reunião semanal de gabinete.

A operação militar israelita desencadeada após o ataque de Hamas em 2023 causou já mais de 62 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.

As Nações Unidas têm alertado para uma situação de fome generalizada no enclave, onde Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária desde há meses e que retomou recentemente, apesar de a União Europeia e organizações humanitárias reclamarem que a quantidade é insuficiente para suprir as necessidades da população de mais de dois milhões de pessoas.

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