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Demitiu-se o primeiro membro da administração Trump

07 de janeiro de 2021 às 19:53
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A secretária dos Transportes dos Estados Unidos anunciou a demissão do cargo após a invasão do Capitólio por apoiantes do Presidente Donald Trump.

A secretária dos Transportes dos Estados Unidos, Elaine Chao, anunciou hoje a demissão do cargo após a invasão, quarta-feira, do Capitólio por apoiantes do Presidente cessante norte-americano, Donald Trump, sendo a primeira a abandonar o executivo.

Chao, casada com o líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnel, é o primeiro membro do gabinete presidencial a demitir-se, o que acontece a apenas duas semanas do final do mandato de Trump após a conturbada invasão do Capitólio na quarta-feira, em Washington, que provocou quatro mortos.

"Ontem [quarta-feira], o nosso país sofreu um ato traumático e totalmente evitável, quando apoiantes do Presidente Trump irromperam no edifício do Capitólio num motim que encabeçou", afirmou Chao, num comunicado, em que se manifestou também "profundamente preocupada" com a situação.

A saída do Governo da secretária dos Transportes vem confirmar as tensões desencadeadas no seio do gabinete presidencial pela recusa de Trump em condenar a invasão do Capitólio.

A imprensa norte-americana tem reportado que são vários os altos funcionários da Administração Trump que pensam também renunciar, apontando o caso do assessor da Segurança Nacional, Robert O'Brien.

Quarta-feira foi conhecida a demissão de Stephanie Grisham, ex-diretora de Comunicações da Casa Branca e atual secretária para a imprensa e chefe de gabinete da primeira-dama, Melanie Trump, também devido aos distúrbios de quarta-feira.

No mesmo dia, imediatamente após as violências, o conselheiro adjunto para a segurança nacional Matt Pottinger demitiu-se.

Já hoje também renunciaram aos cargos a vice-porta-voz da Casa Branca, Sarah Mathews, e a chefe dos Eventos Sociais, Anna Cristina Niceta, que também está subordinada à primeira-dama.

Ainda hoje, o antigo chefe de gabinete de Donald Trump, Mick Mulvaney, anunciou que vai demitir-se do seu atual cargo de diplomata em protesto contra a invasão do Capitólio por apoiantes do Presidente cessante.

"Não posso ficar, não depois de ontem. Não podemos ver o que aconteceu ontem e querermos fazer parte disso de alguma forma", declarou à emissora CNBC.

Mick Mulvaney que deixou o posto de chefe de gabinete para ser nomeado emissário dos Estados Unidos na Irlanda do Norte, disse ter informado o secretário de Estado, Mike Pompeo, da demissão.

"Não posso. Não posso ficar", insistiu na CNBC, confirmando que há mais elementos da administração Trump estavam a pensar deixar os seus cargos.

"Os que escolhem ficar e falei com alguns fazem-no porque temem que o Presidente nomeie alguém pior" para os substituir, disse ainda.

Uma multidão de partidários de Trump invadiu na quarta-feira o Capitólio, onde funciona o parlamento norte-americano após ter sido encorajada pelo próprio Presidente cessante a pressionar os parlamentares, reunidos para certificar oficialmente a vitória de Joe Biden nas presidenciais.

Os senadores e os membros da Câmara dos Representantes tiveram de interromper os trabalhos durante várias horas e abandonar o Congresso.

Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.

Já hoje o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.

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