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Conselho de Segurança da ONU vota novo cessar-fogo em Gaza

Diogo Barreto
Diogo Barreto 18 de dezembro de 2023 às 12:49
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Durante a madrugada, as tropas israelitas atacaram o campo de refugiados de Jabalia. Terão morrido 90 palestinianos, de acordo com o Hamas.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá votar esta segunda-feira, 18, uma nova resolução a exigir o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, invocando razões humanitárias.

REUTERS/Athit Perawongmetha

A votação acontece uma semana depois de os Estados Unidos terem inviabilizado uma primeira resolução. Mas Joe Biden avisou Israel, a semana passada, que o apoio internacional na ofensiva contra o grupo terrorista Hamas poderá estar a esgotar-se, na sequência da violenta resposta dada por Tel Avive.

O texto desta nova resolução foi escrito pelos Emirados Árabes Unidos e exige "um cessar de hostilidades urgente e sustentável para permitir o acesso da ajuda humanitária à Faixa de Gaza de forma segura e sem obstáculos".

Os apelos ao cessar-fogo em Gaza voltam a intensificar-se num dia em que a Human Rights Watch (HRW) acusou o governo de Israel de "utilizar a fome de civis como método de guerra" na Faixa de Gaza ocupada, o que constitui um crime de guerra. A última noite foi novamente marcada por ataques israelitas. Pelo menos 90 pessoas morreram num bombardeamento no campo de refugiados em Jabalia, segundo os dados citados pelo ministério da saúde do Hamas. 

"As forças israelitas estão a bloquear deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, impedindo deliberadamente a assistência humanitária, aparentemente arrasando zonas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis à sua sobrevivência", escreveu a organização não-governamental (ONG) num comunicado.

A HRW notou que, desde o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro, políticos israelita "fizeram declarações públicas a expressar o objetivo de privar os civis em Gaza de alimentos, água e combustível". "Há mais de dois meses que Israel tem vindo a privar a população de Gaza de alimentos e água, uma política incentivada ou apoiada por altos funcionários israelitas e que reflete a intenção de matar civis à fome como método de guerra", constatou o diretor da HRW para Israel e Palestina, Omar Shakir.

O responsável apelou aos líderes mundiais para se manifestarem "contra este abominável crime de guerra, que tem efeitos devastadores para a população de Gaza". 

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