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Israel e Hamas vivem tréguas mas "a guerra ainda não acabou"

Andreia Antunes com Leonor Riso
Andreia Antunes com Leonor Riso 24 de novembro de 2023 às 08:00
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O Hamas libertará pelo menos 50 reféns. Em contrapartida, Israel irá libertar pelo menos 150 prisioneiros palestinianos e vai autorizar a entrada de 200 camiões de ajuda humanitária em Gaza.

A trégua de quatro dias entre Israel e o Hamas, que visa a libertação do primeiro grupo de reféns palestinianos, entrou em vigor esta sexta-feira às 7 horas locais (5 horas em Lisboa).

REUTERS/Amir Cohen

Os termos do acordo referem que o Hamas libertará pelo menos 50 dos 240 reféns feitos durante o ataque ao sul de Israel, no dia 7 de outubro. Em contrapartida, Israel irá libertar pelo menos 150 prisioneiros palestinianos e autorizou a entrada de 200 camiões de ajuda humanitária em Gaza, que tem sido alvo de bloqueios da entrada de combustível, alimentos e medicamentos. 

Majed al-Ansari porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar referiu que as duas partes trocaram listas com o nome das pessoas a libertar.

Tanto a entrada de ajuda humanitária como a libertação dos reféns vai ser feita de uma forma faseada e Israel referiu que por cada dez reféns que o Hamas libertar a mais do que acordados as tréguas podem ser alargadas por mais um dia. Os primeiros camiões já entraram no enclave e o primeiro grupo de reféns é constituído por 13 mulheres e crianças, que devem ser libertados esta sexta-feira à tarde.

Israel também deverá começar hoje 39 prisioneiros palestinianos, todos mulheres ou menores. Os prisioneiros serão transferidos primeiro para a prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada, onde vão aguardar pela entrega dos 13 reféns israelitas. É esperado que a troca ocorra por volta das 16h00 (14h00 em Lisboa).

O avanço diplomático foi anunciado na quarta-feira e deveria ter começado no dia de ontem mas acabou por ser adiado por 24 horas, esta será a primeira pausa em sete semanas de bombardeamentos no enclave. Segundo dados oficiais o adiamento terá ocorrido porque Israel apresentou uma série de pedidos tardios de clarificação de questões práticas e exigiu a identificação dos reféns que o Hamas iria libertar.

O cessar-fogo iniciou-se após mais uma noite de ataques à Faixa Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra dois colonatos Israelitas situados perto do enclave.

O Egito, um dos mediadores deste acordo juntamente com o Dubai e os Estados Unidos, vai continuar a receber grupos de crianças feridas e doentes graves para tratamento nos seus hospitais, assim como os estrangeiros com dupla nacionalidade que tenham autorização para abandonar Gaza.

Uma fonte de segurança do Egito avançou ainda à AFP que foi criada uma delegação de segurança, que estará presente em Jerusalém e Ramallah, com vista a garantir o "cumprimento da lista" de prisioneiros palestinianos libertados.

Apesar das tréguas as Forças de Defesa de Israel garantem que não existiram alterações nos planos israelitas "até o Hamas ser erradicado". No X o porta-voz militar israelita, Avichay Adraee, afirmou: "A guerra ainda não acabou. A pausa humanitária é temporária. O norte da Faixa de Gaza é uma zona de guerra perigosa e é proibido deslocar-se para norte. Para vossa segurança, devem permanecer na zona humanitária do sul".

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