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Câmara de Representantes dos EUA veta apoio a militares que procurem abortar

Proposta foi anunciada pelo Pentágono, no ano passado, depois de o Supremo Tribunal ter retirado o direito à interrupção da gravidez em alguns Estados.

A Câmara de Representantes norte-americana, de maioria Republicana, aprovou esta sexta-feira um projeto de orçamento para o Pentágono que proíbe o apoio do Governo a militares que procurem abortar ou submeter-se a tratamentos de transição de género.

REUTERS / Arnd Wiegmann

O projeto, que ainda vai a votos no Senado - onde os Democratas têm maioria - contém duas emendas polémicas apresentadas pelos Republicanos para impedir que o Departamento de Defesa subsidie despesas com viagens para a realização de abortos ou para tratamentos hormonais e cirúrgicos de afirmação do género.

O Pentágono anunciou no ano passado a sua intenção de pagar as deslocações a militares ou familiares de militares que precisem de viajar para estados onde o aborto é legal, depois de o Supremo Tribunal ter retirado o direito federal à interrupção da gravidez.

Os Republicanos veem a votação na Câmara de Representantes como uma "vitória" contra uma suposta "tentativa de doutrinação" dentro do Pentágono, segundo Steve Scalise, um dos líderes deste partido na Câmara.

As emendas, acrescentadas pela ala mais conservadora do Partido Republicano, provocaram a rejeição dos parlamentares Democratas, que votaram esmagadoramente contra.

O líder da minoria na Câmara, o Democrata Hakeem Jeffries, acusou os Republicanos de "sequestrar" o orçamento, que historicamente tem alcançado um consenso bipartidário, para a impor a sua agenda ideológica e atacar a "liberdade reprodutiva".

No geral, o texto aprova os 886 mil milhões de dólares (712,2 mil milhões de euros) solicitados pelo Presidente Joe Biden para o Departamento de Defesa, e dá um aumento de 5,2% nos salários dos militares, 300 milhões de dólares (267 milhões de euros) em ajuda à Ucrânia e financiamento para nove novos navios para a Marinha norte-americana.

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