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Bangladesh. Estudantes protestam depois de avião da Força Aérea se despenhar numa escola 

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 23 de julho de 2025 às 09:58
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Os jovens exigem responsabilização sobre o acidente, a publicação "precisa" das identidades dos 32 mortos, que as famílias das vítimas sejam indemnizadas e a suspensão imediata da utilização de aviões "desatualizados e inseguros" em voos de treino da Força Aérea. 

Centenas de estudantes protestaram na terça-feira depois de um avião de treino da Força Aérea do Bangladesh se ter despenhado, na segunda-feira, numa escola na capital do país. Os jovens exigem responsabilização sobre o acidente, a publicação "precisa" das identidades dos 32 mortos, que as famílias das vítimas sejam indemnizadas e a suspensão imediata da utilização de aviões "desatualizados e inseguros" em voos de treino da Força Aérea. 

Os protestos interromperam o trânsito em algumas partes de Daca, uma cidade que ainda está a recuperar das revoltas estudantis do ano passado, que levaram à queda da primeira-ministra, numa altura em que o governo interino está a tentar restaurar a ordem e organizar as eleições prevista para 2026. 

A manifestação aumentou de tom depois de dois membros do governo, o assessor jurídico Asif Nazrul e o assessor da educação CR Abrar, terem chegado ao local do acidente e os altos funcionários tiverem mesmo de ser escoltados para fora da escola.  

Noutra zona da cidade, alguns manifestantes conseguiram romper as barricadas de segurança e entrar no Secretariado do Bangladesh, sede administrativa do país, e acabaram por ser dispersos com gás lacrimogéneo. 

A Jamuna TV, meio de comunicação local, informou que cerca de 80 estudantes ficaram feridos devido aos confrontos com as forças de segurança. 

Já esta quarta-feira foi avançado que o número de mortos aumentou para 32, incluindo pelo menos 29 estudantes, dois professores que morreram devido às queimadoras e o piloto, que fazia o seu primeiro voo sozinho, tendo mais um dos feridos morrido durante a noite. As autoridades locais também avançaram que 171 pessoas, a maioria estudantes da Mileston School and College, foram resgatadas do prédio de dois andares sobre o qual o avião caiu, muitas delas com queimaduras no corpo, e que no final da noite de terça-feira 78 pessoas ainda estavam hospitalizadas.  

Foram decretados três dias de luto nacional e a força aérea já garantiu que vai iniciar uma investigação sobre o incidente. Ainda assim os juízes Supremo Tribunal pediram que o governo forme um comité técnico para também investigar o acidente.  

Até ao momento sabe-se a aeronave de treino F – 7 BGI de fabricação chinesa sofreu um "mau funcionamento técnico" momentos antes da descolagem da base aérea AK Khandaker às 13h06 de segunda-feira e que o piloto, Mohammed Toukir Islam, fez "todos os esforços para desviar a aeronave de áreas densamente povoadas para um local menos habitado", referiram os militares em comunicado.  

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