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Lukashenko confirma que Prigozhin está na Bielorrússia

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 27 de junho de 2023 às 11:10
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No sábado, o líder do grupo Wagner já tinha avançado que iria para a Bielorrússia depois de um acordo mediado por Alexandr Lukashenko o ter levado a interromper a movimentação dos mercenários para Moscovo.

Um jato privado várias vezes utilizado por Yevgeny Prigozhin chegou à Bielorrússia esta terça-feira de manhã. Mais tarde, a presença de Yevgeny Prigozhin na Bielorrússia foi confirmada pelo presidente do país, Alexander Lukashenko.

Concord/Handout via REUTER

"Vejo que Prigozhin já está a voar neste avião. Sim, de facto, está na Bielorrússia", afirmou, citado pela agência noticiosa BELTA. 

Prigozhin deverá enfrentar o exílio na Bielorrússia, três dias após ter iniciado um motim contra o ministro da Defesa e o chefe e estado-maior-general das forças armadas russo. O presidente bielorrusso indicou ainda que o país não ia construir campos para os mercenários do grupo Wagner, mas que iria alojá-los se assim o quisessem.

"Oferecemos-lhes uma das bases militares abandonadas. Por favor - temos uma cerca, temos tudo - armem as vossas tendas", adiantou Lukashenko, de acordo com a agência BELTA.

Não há planos para abrir centros de recrutamento do grupo Wagner, garantiu Lukashenko. 

O Flightradar24, site onde é possível acompanhar voos, detetou um jato Embraer Legacy 600, com códigos de identificação correspondentes a um avião vinculado a Prigozhin em várias sanções do Ocidente a aterrar em Minsk, capital da Bielorrússia, depois de ter levantado voo perto da cidade de Rostov, onde o líder do grupo Wagner se encontrava quando chegou a acordo para travar o motim que rumava a Moscovo.

No sábado, Yevgeny Prigozhin já tinha avançado que iria para a Bielorrússia depois de um acordo mediado por Alexandr Lukashenko o ter levado a interromper a movimentação das tropas do grupo Wagner para Moscovo. No entanto, não ficaram claros os detalhes da viagem e o seu paradeiro já não era confirmado desde então.

O ex-aliado de Putin garantiu ontem, depois de quase 48h em silêncio, queo motim não pretendia"derrubar o governo do país" mas sim ser "uma demonstração de protesto" contra as chefias militares e de defesa do grupo de mercenários que comanda.

Vladimir Putin, presidente russo,defendeu na noite de segunda-feiraque os responsáveis pelo motim tinham traído a sua pátria, mas não referiu qualquer nome. Além disso foi também anunciado que os combatentes de grupo Wagner tinham permissão de Lukashenko para se estabelecerem na Bielorrússia e operarem desde lá.

O líder russo referiu ainda que, apesar dos inimigos quererem ver o país "sufocado em uma guerra civil sangrenta", a Rússia não iria ceder a "nenhuma chantagem, nenhuma tentativa de criar turbulência interna ou externa".

Peça atualizada às 15 horas com a informação de que Lukashenko confirmou a presença de Prigozhin na Bielorrússia. 

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