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Alemã membro do Estado Islâmico presa por manter escrava yazidi por três anos

Durante o processo ficou claro que a mulher, identificada como Nadine K, encorajava o seu marido a violar e a espancar a vítima, que terá sofrido abusos entre 2016 e 2019, enquanto o casal vivia na Síria e no Iraque.

Uma alemã que se juntou ao Estado Islâmico foi condenada a nove anos de prisão por manter uma mulheryazidicomo escrava, além disso foram também considerados por crimes contra a humanidade e por pertencer a uma organização terrorista estrangeira.

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Durante o processo ficou claro que a mulher, identificada como Nadine K, encorajava o seu marido a violar e a espancar a vítima, que terá sofrido abusos durante três anos, enquanto o casal vivia na Síria e no Iraque.

Já em janeiro, quando o julgamento se iniciou, os procuradores defenderam que os abusos seguiam "o propósito declarado do Estado Islâmico de acabar com a féyazidi".

Osyazidissão uma minoria religiosa da região de Sinjar, no norte do Iraque, que em 2014 foi invadida pelos combatentes do Estado Islâmico com o objetivo de perpetuar uma campanha genocida, como a ONU já a classificou.

Milhares de homens e crianças com mais de 12 anos foram assassinados após receberem um ultimado de que se deveriam converter ou seriam mortos e estima-se que cerca de sete mil mulheres e jovens foram vendidas, escravizadas e sujeitas a abusos.

Entre essas jovens encontra-se a vítima deste caso que, segundo os procuradores, terá servido de escrava entre 2016 e 2019, altura em que Nadine K e o seu marido se mudaram para a cidade de Mosul, também no norte do Iraque.

De seguida o casal mudou-se para a Síria para se juntar ao Estado Islâmico, a jovem de 20 anos acompanhou-os. Em 2019 Nadine K e a família foram capturados pelas forças curdas na Síria e o ano passado foi repatriada para a Alemanha, onde foi presa.

Durante o julgamento a alemã negou ter coagido a vítima mas admitiu que poderia ter feito mais pela sua segurança. A vítima testemunhou durante o julgamento e esteve presente no tribunal de Koblenz, na parte ocidental da Alemanha, na quarta-feira para ouvir o veredicto.

Nos últimos anos têm aumentado os julgamentos na Alemanha contra ex-membros do Estado Islâmico acusados de matar ou abusaryazidis. Em outubro de 2021 uma mulher foi condenada a 10 anos de prisão por ter assassinado uma criançayazidique ela e o marido teriam comprado como escrava.

Foi também um tribunal alemão a emitir a primeira decisão, a nível mundial, em que os crimes do Estado Islâmico contra o povoyazidiforam considerados como genocídio.

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