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Aberto corredor humanitário em Mariupol. Civis aconselhados a fugir após ataque em Kramatorsk

Míssil balístico de Kramatorsk continha munições de dispersão proibidas por convenção em 2008. Rússia negou usar este tipo de armas.

Este sábado, foram abertos dez corredores humanitários na Ucrânia, um deles, a partir da cidade de Mariupol, uma das mais bombardeadas desde que a guerra começou. As pessoas podem sair de Mariupol com transportes privados, adiantou a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk.

REUTERS/Thomas Peter

As autoridades ucranianas apelaram aos civis que fujam da região de Lugansk, um dia depois do ataque à estação ferroviária de Kramatorsk que matou pelo menos 52 civis. Encontravam-se 4 mil pessoas no local quando um míssil balístico de curto alcance Tochka U atingiu a estação, relatou o governador regional Pavlo Kyrylenko. O míssil continha munições de dispersão, tendo explodido no ar espalhando bombas de fragmentação por uma área maior. 

Este tipo de armas foi banido através de uma convenção, ratificada também por Portugal, em 2008. A Rússia não assinou a convenção mas já negou o uso de bombas de fragmentação neste conflito. 

Os serviços secretos britânicos detalham que as operações russas continuam a concentrar-se na região de Donbass, Mariupol e Mylolaiv. As forças armadas ucranianas acreditam que Moscovo se está a preparar para uma ofensiva para ganhar o controlo total das regiões de Donetsk e Lugansk, no Donbass, que é parcialmente dominada por separatistas pró-Rússia dede 2014.

São esperados mais ataques aéreos no sul e este da Ucrânia, com a Rússia a tentar estabelecer uma ponte terrestre entre a Crimeia e o Donbass. 

Este sábado, as forças russas destruíram um depósito de armamento na base aérea de Myrhorod. 

Na sexta-feira, 8, o Kremlin considerou que a "operação especial" na Ucrânia podia acabar "no futuro próximo" com os seus objetivos a serem atingidos pelo exército russo e pelas delegações envolvidas nas negociações. 

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