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Swatch processa governo da Malásia por apreender relógios Pride

Luana Augusto com Leonor Riso 17 de julho de 2023 às 14:07
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A relojoaria suíça perdeu 172 relógios, que foram retirados de 16 lojas. Argumenta não ter perturbado a "ordem pública ou moral". Na Malásia, a homossexualidade é crime.

O fabricante suíço de relógios Swatch avançou com uma ação judicial contra o governo da Malásia pelas autoridades terem confiscado, em maio, relógios da coleção "Pride", em que as cores arco-íris representam os direitos da comunidade LGBT.

À Swatch, foram inicialmente enviados avisos onde se afirmava que a empresa estava a promover os direitos LGBTQ e a violar a lei da Malásia.

A empresa suíça está, neste momento, a pedir uma indemnização e a devolução dos 172 relógios que foram retirados de 16 lojas pelos funcionários do Ministério do Interior. Segundo a Swatch, citada pela agência noticiosa Reuters, a capacidade de fazer negócios no país foi "grandemente posta em causa" por estas apreensões "ilegais". 

"Sem dúvida, os relógios apreendidos não eram, nem são de modo algum, suscetíveis de causar qualquer perturbação da ordem pública ou moral, ou qualquer violação da lei", declarou a Swatch na ação judicial.

A maioria dos relógios apreendidos custam cerca de 64.795 ringgits (12.681 euros), na Malásia, e não contém a inscrição "LGBTQ", de acordo com a relojoaria.

O tribunal superior de Kuala Lumpur vai ouvir o caso esta quinta-feira, 20 de julho. A Swatch recusou-se a comentar os processos judiciais em curso. Já o Ministério do Interior da Malásia não respondeu ao pedido de comentário da Reuters. 

A ação judicial, foi apresentada pela empresa detentora de relógios, no dia 24 de junho, no tribunal superior de Kuala Lumpur. A notícia só foi avançada na passada segunda-feira, 10 de julho, pelo jornal da Malásia Malay Mail.

Na Malásia, onde a maioria dos habitantes é muçulmana, a homossexualidade é considerada crime. A intolerância por parte do país contra a comunidade lésbica, gay, bissexual, trangénero e queer (LGTBQ) tem vindo a aumentar, de acordo com alguns grupos de defesa dos direitos humanos. O país asiático já prendeu e condenou pessoas por se identificarem como homossexuais. Só em 2022, foram detidas 18 pessoas, durante uma festa de Halloween.

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