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Recrutamento através de IA tem crescido na UE a ritmo galopante. Em Portugal, empresa sueca Teamtailor entrou no mercado com quase 100 clientes.
A procura de emprego
é uma história tão antiga quanto a civilização. Uma empresa
precisa de alguém de confiança para desempenhar uma determinada
função, com um determinado perfil profissional e pessoal, enquanto
o candidato procura certas condições salariais e internas. E assim
se criaram departamentos de recursos humanos e empresas de captação
de talentos, que há décadas avaliam os melhores candidatos.
Contudo, tudo tem mudado nos últimos anos – e o crivo do
recrutamento tem sido a Inteligência Artificial.
IA revoluciona recrutamento em Portugal com Teamtailor e outras empresas
Entre 2023 e 2030,
projeta-se uma taxa de crescimento anual composta de 6.1% para
empresas do setor de recrutamento de IA a nível global, segundo
dados da Society for Human Resources Management, uma associação
profissional norte-americana de recursos humanos. Em Portugal, já
existem empresas de referência no setor a apostar neste mercado. “Em
Portugal, já contamos com quase 100 clientes, fruto de um
crescimento exponencial nos últimos 10 meses”, conta à SÁBADO
Daniela Real Santos, sales manager da empresa sueca Teamtailor. E no mundo empresarial, é uma inevitabilidade: segundo dados do Eurostat, 13.48% de todas as empresas europeias já recorrem à IA nos seus processos, uma percentagem que cresce substancialmente se olharmos só para as de grande dimensão (41.17%). Em Portugal, o 21.º País da UE com maior uso de IA no tecido empresarial, onde quase 9% das empresas usam IA, a tendência é de crescimento.
Como é que a IA funciona no mundo do recrutamento? Inúmeras empresas,
como a Teamtailor, têm desenvolvido softwares de
recrutamento tudo-em-um, dotado de um sistema de acompanhamento de
candidatos (ATS) para analisar currículos em busca de competências
e palavras-chave. No caso da empresa sueca, usa o Co-pilot, sistema
de inteligência artificial da Microsoft, para simplificar processos
e analisar automaticamente todos os currículos que entram na base de
dados. É assim o modus operandi: “Gera um resumo e destaca as
competências mais destacadas colocando em frente ao recrutador.
Dessa forma todas as empresas vêm todos os CVs e o resumo dos
mesmos”, descreve Daniela Real Santos. E do lado do candidato,
sublinha “informações relevantes sobre a empresa” — como
cultura, valores, missão e equipa. “O processo de recrutamento é
uma escolha mútua: não é apenas a empresa que escolhe o candidato,
mas também o candidato que escolhe a empresa.”
A
importância do toque humano
E
quando o currículo cai num buraco negro? Uma das principais
preocupações dos candidatos, em particular da geração Z, que
acabaram de entrar no mercado de trabalho, é sentir que a falta de
toque humano nos processos de recrutamento – e que isso seja meio
caminho andado para a rejeição. É isso que mostra um novo estudo da
consultora Magma, em parceria com a Confederação Empresarial de
Portugal (CIP), divulgada em setembro: com receio de se sentirem excluídos, a nova geração
de profissionais valoriza transparência e mão humana nestas novas
experiências digitais. Segundo o
estudo, existe uma perceção vigente na geração Z de que estas ferramentas de apoio ao recrutamento são usadas como um substituto do
julgamento humano, faltando o fator humano empático no processo.
O
“equilíbrio” é uma preocupação crescente nas empresas de ATS.“Embora
a IA esteja presente em muitas áreas do software, não substitui o
toque humano nem a capacidade de discernimento”, garante a
representante da Teamtailor. “Deve ser vista como uma ferramenta de
apoio que liberta tempo e energia para que os profissionais se tornem
mais ágeis, estratégicos e eficientes, em vez de gastarem até 70%
do seu esforço em tarefas administrativas.”
Daniela Real Santos da Teamtailor fala sobre o uso de IA no recrutamento em PortugalTeamtailor
Até no momento da
rejeição: “Através da funcionalidade reject reasons (razões de rejeição, em inglês), que permite
registar e comunicar de forma clara os motivos de rejeição. Esta
comunicação pode ser feita por e-mail, automático ou
personalizado, com possibilidade de adaptar os motivos — como falta
de qualificações, incompatibilidade cultural ou expectativas
salariais — garantindo clareza e respeito no contacto com o
candidato. Importa sublinhar que as decisões não são tomadas por
algoritmos preditivos, mas sim por pessoas, sendo sempre registado
quem rejeitou e porquê.”
É a Inteligência Artificial que recruta no admirável mundo novo do emprego
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