Sábado – Pense por si

Ambientalistas questionam estabilidade da rede com prolongamento de Almaraz

Lusa 24 de outubro de 2025 às 19:07
Capa da Sábado Edição 21 a 27 de outubro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 21 a 27 de outubro
As mais lidas

A continuidade da operação da central "coloca claramente em risco toda a transição energética", disse o coordenador da campanha de Energia da Greenpeace, Francisco del Pozo, frisando que "prorrogar o encerramento é uma loucura, porque a hora é agora".

Organizações ambientalistas questionam se o prolongamento da vida útil da central nuclear de Almaraz, em Espanha, solicitada pelos proprietários Iberdrola, Endesa e Naturgy, vai trazer estabilidade à rede elétrica após o apagão de abril.

Ambientalistas questionam estabilidade da central nuclear de Almaraz, em Espanha
Ambientalistas questionam estabilidade da central nuclear de Almaraz, em Espanha DR

As empresas enviaram uma carta ao Ministério espanhol da Transição Ecológica a solicitar a extensão da vida útil da instalação da Extremadura para além de 2027, segundo o El País e confirmado à EFE por fontes do setor.

A continuidade da operação da central "coloca claramente em risco toda a transição energética", disse o coordenador da campanha de Energia da Greenpeace, Francisco del Pozo, em declarações à EFE, frisando que "prorrogar o encerramento é uma loucura, porque a hora é agora".

O coordenador argumentou que estender a vida útil de Almaraz não vai servir para dar estabilidade ao sistema elétrico, citando, como exemplo, o que aconteceu após o apagão de 28 de abril, em que as centrais nucleares, assim que percebem problemas, desistiram e levaram semanas para entrar em operação por diversos motivos.

Por sua vez, o porta-voz para o clima e energia da organização espanhola Ecologistas en Acción, Javier Andaluz, lembrou que a regulamentação é clara quanto ao processo de renovação e considerou que é "irrelevante se a licença é de um ou 10 anos", pois "deve ser aplicado o procedimento que ofereça as máximas garantias e os investimentos em segurança necessários".

Javier Andaluz questionou ainda se este adiamento "serve ou não para a estabilidade da rede" e, a este respeito, reforçou que o que aconteceu depois do apagão, em abril, é a evidência clara de que não.

Também o Movimento Ibérico Antinuclear, em comunicado, denunciou a "fraude" que o prolongamento da central de Almaraz implicaria, argumentando que manter a sua vida útil é "o primeiro passo para frustrar o plano de encerramento e chantagear a população para que pague pelos seus negócios e pelos seus resíduos radioativos".

Artigos Relacionados