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Fernando Madureira detido. O que se sabe da operação contra os Super Dragões?

Leonor Riso , Lusa 31 de janeiro de 2024 às 18:01
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Doze pessoas foram detidas. Autoridades apreenderam ainda drogas, milhares de euros e uma arma de fogo.

Esta quarta-feira, no Grande Porto, a PSP avançou com a Operação Pretoriano, que culminou com a detenção do líder dos Super Dragões Fernando Madureira e de outras 11 pessoas. Em causa, estão os desacatos verificados durante a Assembleia Geral (AG) extraordinária de 13 de novembro de 2023, que acabou adiada devido a incidentes nas bancadas.

José Gageiro/Movephoto

"No âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na Assembleia Geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023, que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto, e no qual o Ministério Público vem sendo coadjuvado pela Polícia de Segurança Pública, foram executadas diligências de investigação, entre o mais, buscas domiciliárias e não domiciliárias. Foram também operadas 12 detenções fora de flagrante delito", revelou a Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) numa nota.

Que crimes estão sob investigação?

De acordo com a PGDP, "a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação".

Quem são os detidos?

Fernando Madureira é o líder da claque Super Dragões. Também a sua mulher, Sandra Madureira, foi detida, a par de Vítor Catão, que é adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova e de Fernando Saúl, speaker da claque e oficial de ligação aos adeptos.

Ao todo, são 12 detidos, que serão presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial para lhes serem aplicadas as correspondentes medidas de coação.

Adelino Caldeira sob suspeita

Segundo o Correio da Manhã, Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto, é suspeito de ter chegado a um entendimento com Fernando Madureira para gerar intimidação na Assembleia Geral do FC Porto.

Adelino Caldeira já reagiu, através de uma nota de imprensa publicada no site do FC Porto. "É falso que tenha instruído seja quem for a fazer fosse o que fosse na dita Assembleia Geral. Porque nunca tive com as pessoas hoje detidas quaisquer conversas acerca dessa Assembleia Geral - seja antes ou depois, de forma direta ou indireta - ou sequer de outros assuntos relacionados com a vida institucional do FC Porto, só por maldosa especulação e efabulação se terá envolvido o meu nome nos reprováveis acontecimentos daquela Assembleia Geral", lê-se.  

"Lamento que a Justiça dê crédito e palco a quem, sem qualquer suporte, tenha no processo levantado suspeições absolutamente infundadas contra mim e sem contraditório algum. A seu tempo por certo tomarei conhecimento de quem enlameou o meu nome nesta vergonhosa fabricação e agirei de forma a que o falso testemunho prestado seja exemplarmente punido", frisou.

O que foi apreendido?

Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP disse ter apreendido droga segundo a imprensa, cocaína e haxixe), uma arma de fogo, vários milhares de euros, três automóveis, mais de 100 bilhetes para eventos desportivos, dispositivos eletrónicos ou documentos de relevo para a operação. Foram ainda apreendidos artefactos pirotécnicos.

De acordo com a imprensa, alguns dos automóveis retirados são de luxo: um Porsche e um BMW.

Como reagiu o FC Porto?

O clube azul e branco anunciou a suspensão de três associados do clube entre seis meses e um ano, que se seguiu à instauração de três processos disciplinares, devido aos eventos na Assembleia Geral extraordinária.

Esta tarde, disse que perante a detenção de dois dos funcionários presentes na AG, "não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado", lê-se numa nota publicada no site. "Se desta investigação resultarem mais factos, o FC Porto agirá em conformidade, tal como agiu em relação a três sócios que foram condenados a penas de suspensão entre seis meses e um ano na sequência dos acontecimentos dessa noite."

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