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Vacina da Pfizer vai precisar de uma terceira dose, afirma cofundador da BioNTech

Diogo Camilo
Diogo Camilo 28 de abril de 2021 às 17:46
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Ugur Sahin, o imunologista que ajudou a criar a vacina da Pfizer, explicou que a imunidade diminui ao longo dos meses e é necessária uma dose adicional para reativar a vacina, seis meses a um ano após a segunda dose. Especialista aponta ainda que a Europa pode alcançar imunidade de grupo à covid-19 em julho ou agosto.

Depois da suspeita deixada pelo diretor executivo da Pfizer, chegou a confirmação do co-fundador da BioNTech. A vacina da empresa alemã e da farmacêutica norte-americana contra a covid-19 vai precisar de uma terceira dose, seis meses a um ano após vacinados completarem a vacinação. Ugur Sahin, um dos criadores da vacina, explicou durante uma conferência de imprensa que estudos recentes mostram que a imunidade diminui ao longo dos meses e é necessária uma dose adicional para reativar a vacina – e provavelmente doses sucessivas a cada ano ou ano e meio, algo que já acontece com a vacina da gripe.

Ugur Sahin
Ugur Sahin Reuters

"Vamos precisar de uma terceira dose para aumentar novamente a imunidade e aproximá-la de 100%", afirmou Sahin, lembrando que a eficácia da vacina é de 95% após a administração de duas doses, com 21 dias de intervalo e que em condições reais, apontando o caso de Israel onde mais de cinco milhões de pessoas já foram vacinadas, a percentagem é ainda maior, chegando aos 96 ou 97%.

Há cerca de duas semanas, o CEO da Pfizer, Albert Boula, tinha admitido que pessoas vacinadas contra a covid-19 "provavelmente" iriam precisar de uma terceira dose da vacina. "É provável um cenário em que seja necessária uma terceira dose, algures entre seis a 12 meses depois da vacinação e, depois disso, uma revacinação anual, mas tudo isso tem ainda de ser confirmada. E, claro, as variantes terão um papel importante", disse em entrevista à CNBC.

Europa pode alcançar imunidade de grupo em julho

Na mesma conferência de imprensa, o homem por detrás da vacina Pfizer/BioNTech afirmou que a Europa pode chegar a um cenário de imunidade de grupo à covid-19 já no próximo mês de julho ou, no máximo, em agosto.

O nível de imunidade necessário para este cenário é objeto de discussão entre especialistas, que definem que uma percentagem das pessoas vacinadas superior a 70% reduz de forma significativa a transmissão da covid-19.

"A Europa atingirá a imunidade de rebanho em julho, no máximo em agosto", afirmou Sahin, citado pela Associated Press. O co-fundador da BioNTech indicou ainda que empresa e a Pfizer estão ainda em estudos quanto à eficácia da vacina contra a nova variante indiana, sublinhando que a vacina funcionou contra mutações presentes nesta variante.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.