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Covid-19. Chile começa vacinação de grávidas como grupo prioritário

Diogo Camilo
Diogo Camilo 28 de abril de 2021 às 18:42
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Estudos demontram que vacina não só protege a mão como também confere anticorpos contra a covid-19 em recém-nascidos. EUA, Reino Unido e Brasil também já colocaram mulheres grávidas entre os grupos prioritários na vacinação.

O Chile tornou-se o primeiro país a vacinar grávidas contra a covid-19, após colocar o grupo entre prioritários à vacinação. Depois de dúvidas quanto aos riscos ou eficácia das vacinas em grávidas, pelo menos três estudos com vacinas da Pfizer e da Moderna demonstraram que mulheres grávidas que recebem a vacina passam os anticorpos a recém-nascidos, um primeiro sinal de proteção contra a doença logo à nascença. À semelhança do Chile, o Reino Unido e os EUA já atualizaram as suas orientações para incluir mulheres grávidas e o Brasil também autorizam a sua inclusão entre grupos prioritários, cuja vacinação começará no início de maio.

Reuters

Esta quarta-feira, a subsecretária de Saúde Pública chilena, Paula Daza, avançou que mulheres nos seus segundos e terceiros trimestres de gestação com problemas de saúde estão a ser inoculadas com a vacina da Pfizer, por ser aquela que reúne mais informação sobre a sua segurança para mulheres grávidas.

Ao todo, 230 mil doses de vacina serão oferecidas a grupos prioritários que incluem também pessoas com problemas de saúde e trabalhadores de profissões de alto risco, como os setores da saúde e da educação.

O Chile é um dos países com um ritmo de vacinação mais rápido, com mais de metade dos 15,2 milhões de habitantes que deverão receber a vacina a já terem a primeira dose e 41,6% a já terem recebido as duas doses, completando a vacinação.

Tal como o Chile, que já iniciou a vacinação em grávidas, o Reino Unido atualizou o seu plano de vacinação no início deste mês para incluir este grupo, com os EUA a fazerem o mesmo no passado fim de semana.

O Brasil também atualizou as suas orientações esta terça-feira, com todas as mulheres em gestação e com até 45 dias de pós-parto a serem incluídas no grupo prioritário de vacinação que vai receber vacinas da CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer a partir de maio.

A decisão acontece dias depois de avisos de que mulheres deviam adiar gravidezes caso consigam, após preocupações acerca de novas variantes da covid-19.

Pelo menos três estudos demonstraram recentemente que mulheres que receberam as vacinas da Pfizer e da Moderna durante a gravidez desenvolveram anticorpos ao novo coronavírus no sangue do cordão umbilical, o que sugere que os recém-nascidos desenvolveram também estes anticorpos. Um dos estudos aponta mesmo a existência de anticorpos no leite materno das mães que receberam a vacina durante a gravidez.

Ainda assim, nenhum dos estudos olhou especificamente para a segurança da vacinação, apenas para a eficácia da mesma, apesar de numa das investigações não ter sido reportado qualquer efeito secundário da vacina em mulheres grávidas.

Editorial

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