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Oceanos: "Se conseguimos uma lista de objetivos, de certeza que as pessoas com mais poder conseguem pô-los em prática"

Ana Bela Ferreira, em Nice
Ana Bela Ferreira, em Nice 10 de junho de 2025 às 20:29
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Um conjunto de 89 organizações da sociedade civil, de 28 países, apresentou uma declaração conjunta com as prioridades das comunidades e um apelo para uma ação global mais ambiciosa e equitativa para o oceano.

Ao todo são 89 as organizações da sociedade civil que se juntaram numa declaração conjunta para pedir conjunta uma ação global mais ambiciosa e equitativa para o oceano. A apresentação foi feita esta terça-feira no espaço Ocean Basecamp, dinamizado pela Fundação Oceano Azul durante a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (UNOC3). Em seguida, este apelo vai ser lido no Plenário (palco principal) da conferência que decorre até sexta-feira em Nice, França.

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"É muito importante nós trazermos essa mensagem, sair de Portugal e trazer para o mundo essa mensagem, precisamente para proteger os oceanos. E sermos ouvidos aqui e conseguir falar no Plenário, é excelente", partilhou com a SÁBADO, Joana Antunes, da Associação Portuguesa do Lixo Marinho, depois da apresentação do manifestou conjunto.

Entre as medidas elencadas na declaração de política, estas organizações de 28 países destacam a inclusão das populações no estabelecimento das áreas marinhas protegidas, das pequenas comunidades pesqueiras na economia azul, pedem responsabilização dos poluidores e a adesão dos países a um tratado global dos plásticos que seja legalmente vinculativo, bem como a aplicação de uma moratória para a exploração do fundo marinho.

Juntos neste apelo estão comunidades piscatórias artesanais, organizações não-governamentais e grupos que representam populações indígenas. Um conjunto vasto de interesses que Joana Antunes, admite terem de ser conjugados, porém sublinhou: "Se nós que somos de uma pequena escala conseguimos fazê-lo e conseguimos chegar a uma lista de objetivos, que não são assim tão difíceis de fazer, de certeza que as pessoas com mais poder conseguem pô-los em prática. 

Apesar das dificuldades em colocar todos os países a remar para o mesmo lado, a responsável da Associação Portuguesa do Lixo Marinho admitiu estar "otimista". "Sei que nem sempre é possível, mas cada vez as pessoas estão mais alerta, a comunidade em si está mais alerta, une-se mais e eu acho que a união faz mesmo a diferença. Acho que estamos a passos largos e vamos lá chegar, sim, aos objetivos."

A jornalista viajou a convite da Fundação Oceano Azul

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