O estudo teve como objetivo identificar as áreas utilizadas por espécies como aves marinhas, tubarões ou baleias para "comportamentos importantes como alimentação, descanso e migrações".
Mais de 12 mil animais marinhos de grande porte, de 110 espécies de megafauna marinha, foram monotorizados durante 30 anos. A investigação, que contou com a participação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), serviu para identificar os locais mais críticos nos oceanos a nível global e reforçar os esforços de conservação marinha.
David Selbert
Neste momento, as áreas marinhas protegidas cobrem cerca de 8% dos oceanos do mundo, mas a meta global, prevista no Tratado das Nações Unidas para as Águas Internacionais, prevê um aumento para 30%. "O objetivo de proteger 30% dos oceanos é visto como útil, mas insuficiente para salvaguardar todas as áreas importantes, o que significa que são necessárias estratégias adicionais de mitigação para aliviar pressões fora das zonas protegidas", referem os investigadores portugueses do Centro de Ecologia Funcional (CFE) do FCTUC, Vítor Paiva e André Afonso, em comunicado. O novo estudo, que envolveu cerca de 400 cientistas de mais de 50 países, mostra onde pode ser implementada proteção específica para a conservação da megafauna marinha.
De que forma? Por serem predadores de topo, animais como aves marinhas, tubarões ou baleias, também conhecidos por gigantes do oceano, desempenham um papel de elevada importância nas cadeias alimentares marinhas, mas enfrentam ameaças devido ao impacto ambiental humano. O estudo pretende identificar as áreas utilizadas por estas espécies para "comportamentos importantes como alimentação, descanso e migrações". Para que isso aconteça, é necessário rastrear os padrões de movimento.
"Descobrimos que as áreas utilizadas por estes animais se sobrepõem significativamente com ameaças como a pesca, o tráfego marítimo, o aumento da temperatura das águas e a poluição por plásticos", afirma Vítor Paiva. E dá exemplos: "A cagarra, uma ave marinha que se reproduz nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Berlengas, migra anualmente até à costa sul do Brasil, África do Sul ou Moçambique, demonstrando uma capacidade extraordinária de explorar o ambiente marinho, estando, por isso, exposta a diversas ameaças em diferentes bacias oceânicas".
Do mesmo modo, "existem espécies de tubarões, que percorrem milhares de quilómetros ao longo da sua vida e atravessam múltiplas áreas marinhas com regimes jurídicos distintos, dificultando a sua conservação devido à heterogeneidade das políticas de gestão e proteção desses recursos", faz notar André Afonso.
A análise feita pelos investigadores permite identificar as zonas do oceano global que estas espécies utilizam como áreas de residência ou corredores migratórios. "Demos prioridade às zonas utilizadas para estes comportamentos importantes por um maior número de espécies", referem.
Liderado pela Universidade Nacional da Austrália (ANU), o estudo faz parte do projeto MegaMove e é financiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). "O MegaMove reúne uma rede internacional de investigadores para fornecer investigação inovadora que promova a conservação global da megafauna marinha e seus habitats", esclarecem os investigadores em comunicado.
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