Sábado – Pense por si

Como a Inteligência Artificial já previne doenças e salva vidas

Lucília Galha
Lucília Galha 03 de abril de 2024 às 23:00

A tecnologia está a mudar a forma como são prestados os cuidados de saúde. Permite fazer diagnósticos em frações de segundos e prevenir AVC, oferecer tratamentos mais personalizados e antecipar crises de doenças como a diabetes ou a esclerose múltipla, operar um tumor com visão de Super-Homem e até devolver a voz a quem deixou de comunicar.

Os números ajudam a dar a dimensão. Estima-se que hoje um radiologista veja em média 25 a 50 mil imagens num turno de 12 horas. É o mesmo, para se ter uma ideia, que ver três longas-metragens seguidas, cada uma com cerca de 2 horas. Mas neste caso há uma diferença: “É preciso encontrar num frame alguma coisa que me pareça uma anomalia”, destaca Hugo Marques, diretor da área de saúde digital e automação da Siemens Healthineers Portugal. É aqui que entra a Inteligência Artificial – tornou-se impossível gerir toda a informação disponível. Como termo de comparação, há 50 anos, o mesmo radiologista via apenas 500 imagens por turno. “Não temos capacidade, enquanto humanos, de analisar triliões de dados que estão disponíveis de cada doente. Portanto, a inteligência artificial dá-nos essa possibilidade de, com o poder computacional que tem, analisar dados que não conseguimos a olho nu. No fundo, aumenta a capacidade do clínico”, explica a bioinformática Miriam Seoane Santos, investigadora do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Justa Causa

A glória da impunidade

Abrem-se inquéritos, anunciam-se auditorias, multiplicam-se declarações de pesar e decreta-se luto nacional. Mas os dirigentes continuam nos seus cargos, os responsáveis políticos limitam-se a transmitir solidariedade às famílias e a responsabilização dissolve-se.