O controlo nas empresas aumentou durante a pandemia. Agora o governo britânico vai agora estudar a necessidade de criar medidas para garantir a privacidade dos trabalhadores.
Um em cada cinco adultos no Reino Unido acredita que já foi monitorizado por um dos seus empregadores. Este é o resultado de uma sondagem feita pelo Gabinete do Comissário de Informação que pediu aos chefes que respeitem o direito dos funcionários à privacidade.
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Esta investigação surge depois de os sindicatos terem advertido para o aumento da vigilância no local de trabalho durante a pandemia. Ao todo, 1.012 pessoas responderam sobre se acreditavam que são monitorizadas pelo empregador, através de mecanismos como ter acesso às entradas e saídas, verificar o histórico da internet, fazer capturas de ecrã, controlar o GPS ou ter acesso às imagens dawebcame gravações de áudio, refere o jornal britânico The Guardianque divulgou os resultados.
Entre as práticas consideradas mais comuns pelos trabalhadores encontram-se monitorizar os tempos de acesso - 40% a consideraram que já lhes tinha acontecido - e verificação de e-mails, arquivos, telefonemas ou mensagens - 25%.
Ora, 70% dos inquiridos afirmam que consideram intrusivos estes tipos de comportamentos. Ainda assim os mais jovens, no intervalo entre os 18 e os 24 anos, são os que veem o controlo com mais normalidade, enquanto os mais velhos - mais de 55 anos - o consideram mais intrusivo (76%).
Sobre a investigação do Gabinete do Comissário de Informação, a vice-comissária de política regulamentar Emily Kaney britânica afirmou: "A nossa investigação demonstra que a monitorização no trabalho é um verdadeiro motivo de preocupação, especialmente com o aumento do trabalho flexível, ninguém quer sentir como a sua privacidade está em risco, especialmente na sua própria casa".
Por isso, alerta para a necessidade de "a monitorização ser realizada de forma legal" para evitar ter "um impacto negativo no bem-estar do funcionário e piorar a dinâmica de poder que já existe no local de trabalho".
Asorientações deixadas pelo Gabinete do Comissário de Informaçãopedem que a monitorização seja feita de forma "necessária, proporcional e a respeitar os direitos e liberdades dos trabalhadores" para que "as pessoas estejam conscientes dos seus direitos ao abrigo da lei de proteção de dados e capacitá-las para identificar e desafiar práticas intrusivas no trabalho".
O governo britânico vai agora estudar a necessidade de criar medidas para garantir a privacidade de todos os trabalhadores.
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.