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Louvre, Van Gogh e joias portuguesas, as histórias dos assaltos a museus

Em 2002 joias portuguesas que foram emprestadas ao museu de Haia foram roubadas e ainda não foram recuperadas.

Na manhã de domingo dois homens entraram no Museu do Louvre, em Paris, e em apenas sete minutos conseguiram da coleção de Napoleão. Uma delas acabou por ser encontrada numa rua próxima do museu ainda na manhã de domingo, mas já danificada. As outras continuam desaparecidas. 

Visita à Mona Lisa, no Museu do Louvre, em Paris
Visita à Mona Lisa, no Museu do Louvre, em Paris AP Photo/Julia Demaree Nikhinson, file

O assalto ao museu mais visitado do mundo ocorreu enquanto já existiam turistas dentro da Galeria Apollo, sala onde as joias se encontravam expostas. O Louvre tem um longo historial de assaltos, sendo o mais famoso o de 1911 quando a Mona Lisa chegou mesmo a desaparecer da sua moldura. 

A realidade é que antes de ser roubada uma das obras de arte mais famosa do mundo e a atração mais popular do Louvre não era muito conhecida fora do mundo da arte. Em 1911, Vincenzo Peruggia, na altura funcionário do museu, escondeu-se dentro do edifício e retirou a pintura da moldura, tendo saído depois com ela debaixo do casaco. Depois de o Louvre ter anunciado o roubo, jornais de todo o mundo publicaram manchetes sobre a obra de Leonardo Da Vinci, aumentando a sua popularidade. A pintura de Mona Lisa que acabou por ser recuperada dois anos depois em Florença.

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Do Canadá às joias portuguesas em Haia, outros assaltos a museus 

Um dos casos mais famosos dentro do mundo dos roubos de arte é o do quadro Jacob de Gheyn III, de Rembrandt, que se tornou uma das pinturas mais vezes roubadas da história moderna, de acordo com o Guinness Book. 

A primeira vez que foi roubada foi da Dulwich Picture Gallery, em Londres em 1966, juntamente com outras duas obras. Depois disso foi novamente roubada em 1973, 1981 e 1983. As autoridades britânicas conseguiram sempre recuperar o retrato e hoje permanece em exposição no museu.  

A 4 de setembro de 1972 três ladrões entraram no Museu de Belas Artes de Montreal, no Canadá, através do telhado do edifício e utilizaram uma corda para descerem através de uma claraboia. Lá dentro ameaçaram três seguranças com armas de fogo antes de roubarem 18 pinturas e trinta peças de joalharia. Até hoje ninguém foi acusado pelo roubo e apenas dois objetos regressaram ao museu.  

No dia 18 de março de 1990 ocorreu aquele que é considerado o maior roubo de arte da história dos Estados Unidos, que até hoje continua sem solução. Naquele dia, dois homens disfarçados de polícias entraram no Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, e afirmaram que estavam a responder a uma chamada.  

Depois disso conseguiram imobilizar os dois seguranças, amarram-nos com fita adesiva e passaram mais de uma hora no museu de onde conseguiram roubar treze obras de artes, incluindo peças de Rembrandt, Vermeer, Degas e Manet. “O Concerto” de Vermeer foi um dos itens roubados mais valiosos e estava avaliado em meio milhão de dólares.  

O Museu Van Gogh, em Amesterdão, já foi assaltado duas vezes, na primeira, em 1991, os assaltantes levaram vinte pinturas com um valor estimado de 400 milhões de euros, mas pouco tempo depois todas foram encontradas num carro abandonado nas redondezas. Já em 2002 no Museu voltou a ser invadido e duas pinturas foram roubadas. Depois de estarem 14 anos desaparecidas, as obras, que se encontravam na posse da máfia napolitana, foram recuperadas pela polícia italiana e devolvidas ao museu. 

A 2 de dezembro de 2002 joias portuguesas que pertenciam ao espólio do Palácio Nacional da Ajuda e foram emprestadas ao museu de Haia, na Holanda, foram roubadas.  

Passados quase 23 anos ainda não há sinal do diamante de 135 quilates, um castão de bengala em ouro, com 387 brilhantes, um anel com um diamante de 37 quilates, uma gargantilha em ouro e prata com 32 brilhantes e dois alfinetes em forma de trevo com diamantes e brilhantes.  

As autoridades holandesas encontraram apenas um martelo, que não conseguiram relacionar com mais nada, e a investigação chegou ao fim em 2009 sem ser capaz de encontrar as joias ou os ladrões. Em 2006 Portugal recebeu uma indemnização de 6,1 milhões de euros pela perda das joias históricas.

Mais recentemente, em 2019, assaltantes partiram vitrines do Green Vault, em Dresden, Alemanha, e levaram joias reais cravejadas de diamantes avaliadas em centenas de milhões de euros. As autoridades alemãs afirmaram que foram levados três conjuntos de joias “inestimáveis” do século XVIII e que seria impossível vender no mercado livre.  

Parte das joias foram, entretanto, apreendidas e cinco homens foram condenados pelo roubo.

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