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Johnny Kitagawa: mais de 300 abusados pelo gestor de talentos

Como resposta ao escândalo, a Johnny & Associates vai mudar de nome e passar a apresentar-se como SMILE-UP, com o objetivo de tratar exclusivamente da identificação e indemnização das vítimas.

Mais de trezentas pessoas garantem ter sido abusadas sexualmente pelo mais conhecido agente de talentos no Japão, o falecido Johnny Kitagawa, e pedem uma indemnização.

Yuichi Yamazaki/Getty Images

Depois da sua morte em 2019 a sobrinha assumiu a liderança da Johnny & Associates mas no mês passado Julie Fujishima renunciou ao cargo depois de um inquérito concluir que os abusos duraram seis décadas e pedir à agência que indemnizasse as vítimas.

Esta segunda-feira, em conferência de imprensa, a agência partilhou que foi contactada por 325 pessoas para saber mais informações sobre as indemnizações e 150 eram ex-agenciados por Johnny Kitagawa.

Como resposta ao escândalo, a Johnny & Associates vai mudar de nome e passar a apresentar-se como SMILE-UP, com o objetivo de tratar exclusivamente da identificação e indemnização das vítimas enquanto vai ser criada uma nova agência para gerir os talentos japoneses.

Em março, a BBC emitiu um documentário onde vários homens partilhavam que tinham sido vítimas de Johnny Kitagawa enquanto ainda eram adolescentes e trabalhavam para a agência exclusivamente masculina. De seguida muitas outras alegadas vítimas juntaram-se para apresentar queixa, incluindo a estrela do J-pop (pop do Japão) Kauan Okamoto que afirmou ter sido vítima durante vários anos.

Desde que as alegações se tornaram públicas, grandes emissoras e marcas japonesas como a Nissan, Asahi e Suntory deixaram de utilizar os talentos da agência. Daí que a reestruturação esteja a ser encarada como uma tentativa de voltar a atrair as marcas.

Johnny Kitagawa era americano-japonês e foi um dos homens mais ricos e poderosos do Japão. Durante várias décadas foi responsável pelo aparecimento das boybands e artistas mais famosos do país. Apesar de alegadas vítimas terem revelado os casos de abuso durante toda a sua carreira, e alguns até terem sido provados em tribunal, Johnny Kitagawa manteve a sua influência até à morte.

Salazar ainda vai ter de esperar

O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.