Sábado – Pense por si

Como é viver num mundo do politicamente correcto

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos 22 de novembro de 2021 às 14:00

O movimento woke e a cultura de cancelamento começam a ameaçar a liberdade de expressão, um dos pilares da democracia. Como seria um Portugal woke e cancelado em 2022?

Na civilização ocidental, o cancelamento é quase tão antigo como a própria civilização. As origens do ostracismo remontam à Grécia Antiga, quando os habitantes de Atenas votavam publicamente em quem desejavam expulsar. Quando a contagem atingisse os seis mil votos, qualquer cidadão poderia ser expulso da cidade por "razões justas". 2700 anos depois, o colunista do New York Times Ross Douthat escreveu sobre as formas contemporâneas de cancelamento: "é suficiente uma piada que não soou bem nas redes sociais, ou algo que se fez há muito mas cujo registo ainda existe na Internet. Não é necessário ser famoso para ser permanentemente marcado: basta ter um dia mau". O movimento woke e a cultura de cancelamento são estratégias culturais e sociais bem-intencionadas que se transformaram numa nova forma de totalitarismo. O inimigo é o que designam de "burguesia folclórica hétero-cis-normativa". Ou seja, a larga maioria da população.

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