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PSD quer que Governo reconheça falhanço da estratégia

31 de agosto de 2016 às 16:22
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Maria Luís Albuquerque defende que os dados do INE "confirmam o falhanço do modelo económico que está a ser posto em prática Portugal"

O PSD exigiu ao Governo que reconheça o "erro da estratégia" escolhida, considerando que a tendência negativa das variáveis mais relevantes do crescimento económico reveladas pelo INE torna "indesmentível" que o modelo económico do Executivo está a conduzir a economia à estagnação.

 

Em conferência de imprensa na sede do PSD, Maria Luís Albuquerque considerou que "os dados que hoje são públicos confirmam o falhanço do modelo económico que está a ser posto em prática Portugal", exemplificando que "o consumo privado, que era o suposto motor do crescimento, está em desaceleração" e que "o elemento mais preocupante é a confirmação da evolução muito negativa do investimento". "Não estamos a falar de previsões ou de convicções sobre se o modelo económico funciona ou não. Estamos a falar de dados e factos e é indesmentível que este modelo está a conduzir a economia a uma situação de estagnação", vincou, apelando ao Governo para que "haja um reconhecimento do erro da estratégia antes que seja tarde de mais".

 

A antiga ministra das Finanças espera agora explicações do executivo socialista sobre estes dados que revelam uma "tendência negativa de todas as variáveis mais relevantes do crescimento económico" e confirmam que o modelo económico seguido "não tem capacidade para dar o que foi prometido, que seria crescimento económico, crescimento sustentado, com capacidade de melhorar e potenciar a criação de emprego".

 

Questionada pelos jornalistas sobre a necessidade de revisão de metas, Maria Luís Albuquerque considerou que essa é uma "matéria da competência do Governo e deverá ser o Governo a fazê-lo".

 

"O que nos preocupa mais são as consequências negativas que continuar a seguir uma estratégia que está demonstrado que está errado, vai só agravar o problema", insistiu, considerando que a prossecução deste modelo "vai reflectir-se numa deterioração da qualidade de vida dos portugueses".

 

A deputada do PSD fez uma comparação homóloga entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre de 2016, começando por mostrar que "a procura interna há um ano estava a crescer 3,7% e está neste momento a crescer 0,6%".

 

"As exportações estavam a crescer 7,1%, estão a crescer 1,5%. As importações estavam a crescer 12,5%, estão a crescer 0,9%. O consumo das famílias, o suposto motor do crescimento, estava a crescer 3,3%, está a crescer 1,7%. O investimento - dado mais negativo e impressionante de todos - estava a crescer 5,2%, está a cair 3,1%", enumerou.

 

A economia portuguesa cresceu 0,9% no segundo trimestre face ao período homólogo e 0,3% em relação ao trimestre anterior, segundo o INE, que reviu em alta em 0,1 pontos percentuais cada um dos valores.

 

Numa análise por componentes, o INE indica que "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu significativamente, passando de 1,7 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2016 para 0,6 pontos percentuais", o que ficou a dever-se a "um crescimento menos intenso das despesas de consumo final e uma redução mais expressiva do investimento".