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Merkel admite que Alemanha beneficia com fecho de fronteiras nos Balcãs

14 de março de 2016 às 16:59
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A chanceler alemã admitiu que a Alemanha beneficia da decisão de países dos Balcãs de fecharem as fronteiras aos migrantes, mas insistiu que não é "uma solução sustentável" para a crise migratória na Europa

A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu hoje que a Alemanha beneficia da decisão de países dos Balcãs de fecharem as fronteiras aos migrantes, mas insistiu que não é "uma solução sustentável" para a crise migratória na Europa.

"É incontestável que a Alemanha beneficia [do encerramento da rota], mas vemos pelas imagens que chegam da Grécia que não é uma solução sustentável", disse Merkel à imprensa.

A Alemanha, que no último ano recebeu milhares de pedidos de asilo por dia, registou um decréscimo significativo de entradas desde os encerramentos de fronteiras nos Balcãs ocidentais.

No domingo, a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel foi derrotada em eleições regionais parciais, incluindo no bastião conservador de Baden-Wuerttenberg, devido à impopularidade da sua política migratória.

A chanceler alemã reiterou hoje que vai manter essa política, designadamente a defesa de uma política europeia comum de reforçar a segurança nas fronteiras externas da Europa e da cooperação com a Turquia na gestão dos fluxos migratórios.

"Penso que a abordagem é correta", disse.

Mas, a poucos dias de uma cimeira europeia dedicada à definição dos pormenores do acordo com a Turquia, Merkel afirmou que não tenciona passar um "cheque em branco" a Ancara.

"Há questões relacionadas com a Turquia e é muito importante sublinhar que a Turquia tem de cumprir determinadas condições, sem excepção", disse.

A Turquia, principal ponto de partida dos migrantes que chegam à Europa, propôs na semana passada à União Europeia (UE) combater as redes de tráfico de pessoas e receber de volta os refugiados que entrem ilegalmente na Grécia, em troca de 3.000 mil milhões de euros, de isenção de vistos europeus para os turcos e da aceleração das negociações de adesão à UE.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.