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França: Aliança de esquerda à frente da coligação de Macron e da extrema-direita

Lusa 07 de julho de 2024 às 19:18
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Segundo as primeiras estimativas divulgadas, na segunda volta das eleições nenhum dos três blocos obtém a maioria. O primeiro-ministro, do partido do presidente Macron, já anunciou que vai pedir a demissão amanhã de manhã.

A aliança de esquerda venceu as eleições legislativas francesas, à frente da coligação do Presidente Emmanuel Macron e da extrema-direita, segundo as primeiras projeções divulgadas após o fecho das urnas.

REUTERS/Yara Nardi

Segundo as primeiras estimativas divulgadas, na segunda volta das eleições nenhum dos três blocos obtém a maioria.

Para a Nova Frente Popular foram apontados entre 172 a 215 deputados, de acordo com as projecções de quatro institutos, que colocam todos os macronistas em segundo lugar, com 150 a 180 lugares, à frente do partido de extrema-direita União Nacional, com 115 a 155 deputados eleitos.

Na primeira volta, a 30 de junho, a União Nacional (RN, sigla em francês), partido de extrema-direita de Marine Le Pen, conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que a França elegeu a sua Assembleia Nacional pela última vez, em 2022.

Seguiu-se a aliança de esquerda Nova Frente Popular (que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa (LFI, partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon), com 28%.

Já o Ensemble (Juntos), agrupamento centrista e liberal encabeçado pelo Renascimento, partido do presidente Emmanuel Macron, obteve 20%.

Perante estes resultados, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, afirmou que tenciona demitir-se. "Entregarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã [segunda-feira] de manhã", anunciou Gabriel Attal.

Enquanto a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, afirmou que a vitória ficou "apenas adiada", depois das projeções apontarem o seu partido, a União Nacional, no terceiro lugar, quando foi a grande vencedora da primeira volta da semana passada e as sondagens anticipavam que podia ganhar a segunda volta.

"A maré está a subir. Desta vez não subiu suficientemente alto, mas continua a subir. E, por isso, a nossa vitória só tarda", declarou a líder no canal privado TF1. "Tenho demasiada experiência para ficar desiludida com um resultado em que duplicamos o nosso número de deputados", afirmou a dirigente, comentando as projeções divulgadas após o fecho das urnas.

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