Sábado – Pense por si

França: Nova Frente Popular chega a acordo para candidata a primeira-ministra

Lusa 23 de julho de 2024 às 19:41
As mais lidas

Lucie Castets, de 37 anos, é o nome apresentado pela coligação que conta com o Partido Socialista, Partido Comunista Francês, Ecologistas e a França Insubmissa.

A coligação de esquerda, Nova Frente Popular, anunciou esta terça-feira, 23, que chegou a um acordo para apresentar Lucie Castets, funcionária pública de alto escalão que se destacou na defesa dos serviços públicos, como candidata a primeira-ministra de França.

REUTERS/Kevin Coombs

Lucie Castets, de 37 anos, que também lutou contra a fraude fiscal e o crime organizado, terá um "compromisso total no governo que formar" por parte dos quatro partidos da coligação - Partido Socialista, Partido Comunista Francês, Ecologistas e a França Insubmissa (LFI, na sigla em francês) -, segundo indicou uma declaração conjunta divulgada pela Nova Frente Popular.

Embora Lucie Castets seja um nome relativamente desconhecido do grande público francês até hoje, o comunicado das quatro forças de esquerda destacou também a "luta ativa da candidata contra o prolongamento da reforma aos 64 anos" e o seu perfil de ativista associativa.

Lucie Castets não é membro de nenhum dos partidos da Nova Frente Popular. No entanto, foi candidata às eleições regionais de 2015 na Normandia pela lista do Partido Socialista, liderada na altura por Nicolas Mayer-Rossignol.

Numa entrevista à agência noticiosa AFP, transmitida poucos minutos após o anúncio do seu nome pela Nova Frente Popular, a candidata, diretora de Finanças e Compras da Câmara Municipal de Paris, afirmou querer "revogar a reforma das pensões", em concordância com o programa da coligação de esquerda.

O anúncio surge 16 dias após as eleições legislativas antecipadas, que deram uma vitória apertada à esquerda, sem maioria, à frente do grupo centrista do Presidente francês, Emmanuel Macron, e da extrema-direita da União Nacional (RN, na sigla em francês).

O líder da LFI (esquerda radical), Jean-Luc Mélenchon, tem defendido a formação de um novo governo, exigindo a nomeação de um primeiro-ministro da aliança de esquerda.

Emmanuel Macron tem o poder de nomear Lucie Castets, que pode recusar a oferta se considerar que não tem consenso suficiente na Assembleia Nacional francesa (parlamento).

Macron aceitou a demissão do primeiro-ministro Gabriel Attal, que atualmente se encontra a tratar dos assuntos correntes do Estado, sem ter ficado estabelecido um prazo para a nomeação de um novo chefe de governo, numa altura em que o país se prepara para receber os Jogos Olímpicos, cuja cerimónia de abertura está marcada para sexta-feira.

Artigos Relacionados
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.