Não são conhecidos os termos financeiros do acordo feito pelo terceiro filho de Isabel II. Apesar do acordo, André não assume ter cometido o crime de que vinha acusado.
O príncipe André chegou a acordo no processo de abuso sexual interposto por Virgina Giuffre. Os termos financeiros do mesmo não são, no entanto, conhecidos, refere oNew York Times.
príncipe andré Dan Kitwood/Getty Images
O terceiro filho da rainha Isabel II estava acusado por Virgina Giuffre de violação quando ela ainda era menor de idade. Um crime que aconteceu por intermédio do amigo de André, o magnata Jeffrey Epstein.
O montante que André, de 61 anos, pagará à vítima é confidencial, anunciaram as duas partes num comunicado conjunto. Além desse valor, o príncipe, que foi afastado da vida real, pretende "fazer um donativo substancial" a uma organização que "apoie os direitos das vítimas", acrescenta o mesmo comunicado.
O príncipe não admite, no entanto, ter cometido o crime de que vinha acusado. Este acordo surge poucas semanas antes da marcação do tribunal para o depoimento de André, evitando assim que tenha de responder aos advogados de Virgina Giuffre sob juramento.
Virgina Giuffre é uma das vítimas de Epstein que ajudou a tornar o caso público e foi a única a apontar o dedo a André, que era conhecido por ser amigo do ex-magnata que foi condenado por tráfico de menores e abusos sexuais e se terá suicidado na prisão, em agosto de 2019.
Apesar de ter chegado a acordo e não ter sido julgado pelo crime, o caso já teve repercussões na vida real de André. Teve de abdicar dos seus títulos militares e do patrocínio das obras reais. Além de lhe ter sido vedado o título de "Sua Alteza Real".
No processo, Giuffre acusa André de a ter forçado a relações sexuais quando esta ainda não tinha 18 anos, na casa de Manhattan de Epstein, na sua ilha privada e na casa de Londres da companheira de Epstein, Ghislaine Maxwell, que também foi condenada por tráfico sexual, em dezembro.
Virgina Giuffre refere, no processo, que tinha receio de desobedecer aos três, por causa das "suas ligações poderosas, riqueza e autoridade".
No comunicado, André admite que "era sabido que Jeffrey Epstein traficou inúmeras raparigas menores ao longo dos anos" e que se arrepende da sua associação com Epstein, ao mesmo tempo que elogia a coragem de Giuffre e outras sobreviventes de se defenderem e defenderem outras vítimas.
Uma posição muito contraditória com aquela que os advogados do príncipe defenderam em outubro, quando classificaram Giuffre como alguém que há muito queria tirar proveito destas alegações. Agora, diz que nunca quis "afetar o carácter da senhora Giuffre e aceita que ela tenha sofrido igualmente por ter sido vítima de abusos e como resultado de ataques públicos injustos".
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.