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Ex-namorada de P. Diddy obrigada a ler mensagens de cariz sexual em tribunal 

Algumas das mensagens lidas por Cassie Ventura dão a entender que gostava das festas dadas por P. Diddy. No entanto a cantora alertou o júri para o facto de que a leitura não incluía todas as mensagens trocadas pelo ex-casal e não descrevia o contexto em que as mesmas foram enviadas.

A cantora de R&B Cassie, que manteve uma relação com P. Diddy entre 2007 e 2018, foi pressionada a ler, em tribunal, as mensagens de cariz sexual trocadas pelos dois, incluindo algumas que demonstravam o seu desejo por sexo em grupo sob a influência de drogas, algo que noseu depoimento anteriortinha referido que a deixou traumatizada.

As mensagens entre os artistas foram o foco do quarto dia de depoimentos com a advogada de defesa, Anna Estevao, a ler o que Sean "Diddy" Combs escreveu e Casandra Ventura a recitar as mensagens por si enviadas. Algumas das mensagens dão a entender que Cassie gostava das "freak-offs", as famosas festas dadas por P. Diddy que incluíam atos sexuais e drogas e chegavam a durar dias.

Em agosto de 2009 o rapper perguntou para quando é que a cantora queria que fosse marcada a próxima festa e a resposta foi: "Estou sempre pronta". Dois dias depois terá sido Cassie a voltar ao tema e depois de Diddy ter dito que aguardava o dia da festa com grande expectativa respondeu: "Eu também, só quero que seja incontrolável".

Mais tarde nesse ano a cantora enviou uma mensagem onde referiu que estava frustrada com o estado do relacionamento e que precisava de mais do que sexo. Ainda assim em julho de 2013 Cassie escreveu: "Gostava que tivéssemos FO antes de te teres ido embora", a utilização das iniciais FO é uma referência às festas ("freak-off") e em 2017 afirmou: "Amos os nossos FO quando nós os dois os queremos".

Os advogados do artista tentaram retratar Cassie como uma participante voluntária das opções sexuais de Combs, que se declarou inocente das acusações federais de tráfico sexual e extorsão. A defesa também já admitiu que Diddy poderia ser violento, no entanto garante que nenhum dos seus comportamentos pode ser configurado como uma atividade criminosa e que todas as atividades sexuais foram consentidas.

Já os procuradores acusam o artista de se ter aproveitado da sua posição enquanto um poderoso executivo da indústria musical para forçar Cassie e outras mulheres a participarem nas suas festas. Na quinta-feira, Cassie alertou o júri para o facto de que a leitura de algumas das mensagens trocadas pelo ex-casal não descrevia o contexto, muito complexo, em que se encontravam e a sua advogada referiu que a cantora tinha ciúmes da atenção que P. Diddy dava a outras mulheres, especialmente porque ele não lhe permitia o mesmo tipo de relações com outros homens.

Diddy está também a ser acusado de usar os seus funcionários para facilitar atividades ilegais, incluindo transporte e coerção ligados a prostituição, o que tem sido considerado um elemento-chave das acusações federais.

O depoimento de Cassie vai continuar esta sexta-feira. Nos últimos três dias a mulher, que se encontra no terceiro trimestre da sua terceira gravidez, chorou várias vezes, mas conseguiu manter um tom calmo e falar com objetividade.

na terça-feira a cantora referiu que P. Diddy era obcecado por uma forma de voyeurismo em que "controla toda a situação" e que além de quer vê-la a fazer sexo com outros homens também queria que ela o visse a fazer sexo com outras mulheres durante os "freak-offs".

Na quarta-feira, Cassie referiu que foi violada por Combs quando quis terminar a relação em 2018 e que foi ameaçada com vídeos que o rapper tinha gravado durante as suas crises.

Sean Combs está detido desde setembro e, se for condenado deve enfrentar pelo menos 15 anos de prisão. Casandra Ventura processou o produtor em 2023, acusando-o de anos de abusos físicos e sexuais, um processo que foi encerrado em poucas horas com um acordo de 20 milhões de dólares. No entanto, depois disso dezenas de ações judiciais semelhantes foram movidas por outras mulheres o que desencadeou uma investigação policial, que está na base do julgamento que começou este mês.

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