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Advogado de P.Diddy acusa sistema judicial de perseguição no último dia de julgamento

Luana Augusto
Luana Augusto 27 de junho de 2025 às 19:34
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Durante o seu argumento final, Marc Agnifilo gozou com o caso e menosprezou as autoridades que apreenderam centenas de frascos de lubrificantes Astroglide nas propriedades do rapper, assim como óleos de bebé.

O advogado de P. Diddy considerou esta sexta-feira (27), durante o seu argumento final, que o seu cliente foi vítima de uma acusação caluniosa e que o uso recreativo de drogas por parte do cantor, assim como o seu estilo de vida "swinger", foram usados para o tentar colocar atrás das grades para o resto da vida. Gozou, por isso, com o caso e menosprezou as autoridades que apreenderam centenas de frascos de lubrificantes Astroglide nas propriedades dorapper, assim como óleos de bebé. "Muito bem, rapazes."

REUTERS/David 'Dee' Delgado

Apesar do seu tom irónico, Marc Agnifilo defendeu que os procuradores "exageraram muito" na forma como levaram a cabo este caso. "Ele não cometeu os crimes pelos quais está a ser acusado. Ele não praticou extorsão, conspiração ou tráfico sexual", garantiu.

E foi ao ridicularizar a ideia de que o seu cliente estava alegadamente envolvido em crimes de extorsão que Agnifilo aproveitou para apelidar este processo de "julgamento falso". "Estão a brincar comigo?" questionou. "Alguma testemunha subiu ao banco das testemunhas e disse que sim, que ele fazia parte de uma organização criminosa e que estava envolvido em extorsão? Não", argumentou ao acusar a procuradoria de ter semeado estas ideias.

Em contrapartida, destacou a trajetória profissional e pessoal do cantor. Falou sobre a forma como Combs sempre apoiou a sua família, incluindo a sua ex-namorada - que testemunhou neste processo sob o pseudónimo de Jane. "Não sei o que a Jane está a fazer hoje, mas ela está a fazê-lo numa casa que ele está a pagar", ironizou.

E foi ao referir-se ao processo movido pelos seus acusadores que o advogado afirmou: "Não se trata de crime. Trata-se de dinheiro."

A ex-namorada de longa data, Casandra "Cassie" Ventura, processou o cantor em novembro de 2023, por alegado abuso sexual e agressões físicas frequentes durante o relacionamento, contudo, no dia seguinte, ambos chegaram a um acordo: Combs acordou pagar-lhe 20 milhões de dólares (€17 milhões) em troca do seu silêncio. Acontece que estas alegações levaram a polícia federal a abrir uma investigação criminal que colocou o rapper na prisão.

Agora, no centro do processo está um vídeo de 2016 que mostra o artista a agredir Cassie num hotel e a tentar amarrá-la num quarto. "Se tivesse de escolher um vencedor em tudo isto, seria difícil não escolher Cassie", defendeu Agnifilo.

Cassie foi testemunha durante o julgamento, isto porque diz ter sido coagida a participar em maratonas sexuais de vários dias, movidas à base de drogas, e que envolveriam também outros profissionais do sexo. Enquanto isso, Combs assistia, masturbava-se e, por vezes, filmava o sucedido.

Quanto a isso, Agnifilo reiterou que a defesa "assume" o facto de Combs ter sido violento. Porém, argumentou que esse comportamento não justifica as acusações graves que o seu cliente enfrenta, e lembrou até a "amorosa e linda relação" do ex-casal. "Eles estavam profundamente apaixonados um pelo outro", afirmou.

Combs decidiu não testemunhar neste caso que dura já há mais de um mês. Agora, caso seja considerado culpado poderá ter que enfrentar um mínimo de 15 anos de prisão ou até mesmo prisão perpétua.

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