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UGT lamenta requisição civil dos enfermeiros por parte do Governo

08 de fevereiro de 2019 às 11:27
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O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, refere que "está triste" e que "o Governo tem uma cota parte de responsabilidade na situação".

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, lamentou esta sexta-feira que o Governo tenha avançado com a requisição civil na greve dos enfermeiros, considerando que a situação "só demonstra a incapacidade do executivo em gerir as expetativas" dos trabalhadores.

Carlos Silva comentava em declarações hoje à agência Lusa a decisão do Governo em decretar a requisição civil na greve dos enfermeiros, justificando o executivo com o incumprimento dos serviços mínimos estabelecidos.

Já hoje foi anunciada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) a entrega de uma providência cautelar para suspender esta requisição.

"A UGT lamenta que se tenha chegado a este ponto. O Governo tem uma cota parte de responsabilidade na situação. (...) A negociação é um compromisso que o Governo assumiu com os sindicatos da administração pública dos vários setores e também com os enfermeiros para resolver o problema da carreira profissional, mas depois não conseguiu resolver a situação com serenidade", disse.

O secretário-geral da UGT disse também à Lusa que "está triste porque a requisição civil foi decretada por um Governo de esquerda".

No entendimento de Carlos Silva, o Governo usou de "arrogância" durante as negociações" e revelou "total incapacidade" de resolver o problema.

"O facto de o Governo chegar a uma mesa negocial e vir dizer que não há dinheiro e que não pode ir além, não é negociação, é um arremedo de negociação. Portanto, os enfermeiros (...) decidiram prosseguir com a luta", indicou.

"Agora vamos falar com a direção do sindicato [Sindepor, afeto à UGT] para ver se há alguma hipótese de não romper em definitivo qualquer processo negocial e ver em que é que podemos contribuir para serenar os ânimos, mas esta situação com a requisição civil não augura nada de bom", disse.

O Governo decidiu decretar requisição civil na greve dos enfermeiros, justificando com incumprimento dos serviços mínimos estabelecidos, um argumento rejeitado com os sindicatos que prometem não parar a luta.

A requisição civil foi decretada em quatro hospitais - Centro Hospitalar e Universitário de S. João, no Centro Hospitalar e Universitário do Porto, no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu -- por incumprimento dos serviços mínimos definido pelo Tribunal Arbitral.

O argumento foi rejeitado pelos dois sindicatos que convocaram a greve em blocos operatórios, que dizem que não houve incumprimento dos serviços mínimos.

A requisição civil produz efeitos até ao dia 28 de fevereiro de 2019.

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