Segundo a PJ, os arguidos, de forma concertada e organizada, vinham recrutando pessoas fragilizadas, sem recursos e em processos de exclusão social, ludibriando-as com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal.
Os arguidos detidos, esta sexta-feira, na Beira Baixa, sob suspeita de tráfico de pessoas para exploração laboral, procuravam dar aparência de legalidade à presumível atividade criminosa, revelou a Diretoria do Centro da Polícia Judiciária.
Polícia Judiciária
"Davam ares de funcionar como se se tratasse de uma empresa para intermediação de mão-de-obra", indicou o coordenador de investigação criminal da PJ Carlos Chambel.
Os arguidos, dois homens e uma mulher, postos em prisão preventiva por um juiz de instrução criminal a título de medida de coacção, são membros da mesma família e possuem idades compreendidas entre 35 e 53 anos.
A avaliar pelo resgate de uma mulher – que se encontrava escravizada há 23 anos e tem, hoje em dia, 36 –, a prática do bando assentava num férreo controlo a que, alegadamente, eram sujeitas as vítimas; controlo que, de resto, terá sido exercido até em fases em que as pessoas escravizadas estavam sem ocupação laboral.
Ao abrigo das averiguações, em novembro de 2022, com a colaboração da GNR, no âmbito de um inquérito tutelado pelo DIAP de Castelo Branco, foi resgatada uma mulher com um filho menor, cuja morada correspondia a um anexo da habitação dos suspeitos, "em condições desumanas".
Segundo a PJ, os arguidos, de forma concertada e organizada, vinham recrutando pessoas fragilizadas, sem recursos e em processos de exclusão social, ludibriando-as com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal.
As vítimas de angariação para força de trabalho escravo residiam, sobretudo, no Interior Centro de Portugal.
"Umas nada recebiam e a outras eram entregues apenas quantias simbólicas", assinala Carlos Chambel, vincando que a Polícia Judiciária se encontra "muito empenhada" no combate ao tráfico de pessoas.
Por ora, pelo menos, é convicção da PJ que os proprietários de explorações agrícolas desconheciam a presumível atividade criminosa do bando.
À operação desenvolvida pela PJ, sob direção do Ministério Público, deram colaboração valências dos comandos distritais da PSP de Castelo Branco e Portalegre.
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