Marcharam vestidos como o Ku Klux Klan frente ao SOS Racismo, criticaram o juiz Rui Fonseca e Castro por dividir a direita e são suspeitos de atividades terroristas.
A organização Movimento Armilar Lusitano (MAL) é uma organização de extrema-direita que estava a ser monitorizado pela Polícia Judiciária (PJ) e que participou em algumas manifestações de teor nacionalista recentes. Seis dos seus elementos foram detidos esta terça-feira por crimes de infrações relacionadas com grupo e atividades terroristas, discriminação e incitamento ao ódio e à violência e detenção de arma proibida. Entre os detidos está um chefe da PSP em comissão de serviço na Polícia Municipal de Lisboa. Tem entre 40 e 45 anos e será presente a juíza esta terça-feira assim como os outros cinco elementos do grupo, avança o Correio da Manhã.
Mas que movimento é este? No seu blog, o Movimento Armilar Lusitano apresentava-se como "um grupo de Lusitanos que enaltece Portugal e os Portugueses patriotas". Nisso não difere muito doutros movimentos como o 1143 ou o Hammerskins Portugal. Mas tem muito menos expressão no panorama da direita radical do que estes. No Telegram tem 950 subscritores e especialistas em extremismo dizem à SÁBADO que é um pequeno grupo que até se pode ter formado de forma inorgânica.
Alguns dos seus elementos foram identificados entre os manifestantes dos coletes amarelos em 2019 e no desfile com máscaras a imitar o Ku Klux Klan, junto à organização SOS Racismo e que incluiu membros da "Resistência Nacional", um grupo que reúne antigos militantes da Nova Ordem Social, Partido Nacional Renovador e dos Portugal Hammer Skins, em 2020.
Anteriormente tinham sido notícia pois no seu blog tinham sido publicados documentos classificados da Marinha por um militar daquele ramo. A publicação foi feita por um perfil anónimo, mas o caso acabou sem arguidos constituídos, com a Polícia Judiciária Militar a propor ao Ministério Público o arquivamento do inquérito sobre suspeitas de infiltração da extrema-direita nas Forças Armadas.
Também incitou os seus seguidores a assinar uma petição pública que visava o "impedimento de tomada de posse da impatriota Joacine Katar Moreira", salientando que "o próprio presidente da Guiné-Bissau anunciou há pouco tempo que Portugal seria em breve a porta de entrada para a Europa". No final da mensagem alertava-se: "Será que Portugal irá resistir a mais quatro anos?"
O MAL chegou a querer constituir-se como um movimento político, apoiado numa milícia armada e a semana passada festejou a dissolução do Ergue-te/PNR às mãos do ex-juiz Rui Fonseca e Castro. "Um partido nacionalista implodido por dentro. E agora? Já se adivinha: livezinhas com a Habeas Circo, mais promessas de "ação legal patriótica" e o eterno pedido de donativos. Porque destruir movimentos de base e manter a "oposição" domesticada custa dinheiro e alguém tem de pagar o show", escreveram.
PJ
Recentemente foi também partilhada uma imagem falsa no grupo de Telegram onde, imitando o grafismo do jornal i, em que aparecia Mamadou Ba a dizer que "vamos ter 61 suínos na AR. A luta não será na AR, mas na rua". A imagem é falsa, não havendo registo de Ba ter proferido estas alegações. Mas no grupo do MAL a mensagem foi partilhada com a seguinte frase: "Só estamos mesmo á espera disso preto imundo".
No Telegram, durante a pandemia, incitou os seus seguidores a lutarem contra a vacinação e a semana passada celebrou a morte dos sete portugueses que seguiam no avião que se despenhou na Índia. "Pena foi ter caído só um avião", escreveram no grupo do Telegram.
Depois da detenção desta terça-feira a PJ adiantou, em comunicado que a operação da Unidade Nacional Contra Terrorismo cumpriu 15 mandados de busca e apreensão (domiciliárias e não domiciliárias). A operação "Desarme 3D" apreendeu "material explosivo de vários tipos, de várias armas de fogo, algumas das quais produzidas através de tecnologia 3D, várias impressoras 3D, várias dezenas de munições, várias armas brancas, material informático, entre outros elementos de prova", lê-se na nota divulgada.
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