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Rui Pinto arrependido: "Nada justifica violar a caixa de correio de advogados"

Diogo Barreto
Diogo Barreto 16 de janeiro de 2023 às 17:30
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Após as alegações finais da defesa do hacker, este foi instado a dirigir-se ao tribunal. Diz ter "plena noção" dos seus "comportamentos errados que violam a lei".

OhackerRui Pinto dirigiu-se ao tribunal pela última vez, no dia em que a sua defesa apresentou as alegações finais e pediu pena de prisão suspensa. Disse estar arrependido de ter acedido a caixa de emails de advogados e que entende agora a importância do segredo entre advogados e clientes.

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Rui Pinto voltou a falar do "arrependimento" que diz sentir. "Foi dado a entender pelo Ministério Público e advogados que não demonstrei um arrependimento sincero. Estão equivocados se consideram que não existe um arrependimento sincero da minha parte. Eu tenho a minha vida de pernas para o ar. Não chego ao ponto de dizer que tenho a vida destruída, mas tenho a plena noção que tive comportamentos errados que violam a lei. Nada justifica violar a caixa de correio de advogados - todos os advogados têm direito ao segredo profissional", disse o hacker.

A defesa de Rui Pinto define-o como um denunciante. O advogado Francisco Teixeira da Mota lembrou que ajudou na divulgação de vários documentos que considerou serem de interesse público.

Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

A decisão final é esperada a 28 de abril.

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