Reclusa trans estava a cumprir pena numa cadeia feminina, mas entretanto já terá sido transferida para Monsanto. Direção-geral diz estar a avaliar a situação.
Uma reclusa transexual agrediu pelo menos cinco guardas prisionais na segunda-feira e incendiou uma cela da cadeia de Tires conhecida como "Casa Das Mães", onde há mulheres e crianças. O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) defendeu que a reculsa deveria cumprir a pena numa ala de alta segurança na cadeia de Monsanto. Esta sexta-feira a CNN Portugal noticiou que a reclusa já foi transferida para essa prisão masculina - para onde já havia sido transferida anteriormente por comportamentos agressivos.
Reclusa trans agride guardas prisionais e é transferida para MonsantoAlexandre Azevedo/Sábado
A SÁBADO questionou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para perceber se a hipótese da transferência desta reclusa para Monsanto estaria em cima da mesa, mas a informação que obteve foi que "a situação está a ser devidamente avaliada e será objeto de tratamento em conformidade".
A reclusa de 48 anos, que está desde 1993 em "vida prisional", segundo o SNCGP, já havia mudado o seu nome original para um nome feminino (Raquel) mas até ao momento ainda não concluiu o processo de mudança de sexo. A situação gerou uma onda de preocupação entre os guardas prisionais, que apontaram para a hipótese da reclusa estar a tentar não enfrentar a pena de prisão numa cadeia masculina. Questionada pela SÁBADO sobre se a mudança de nome seria suficiente para um recluso ser enviado para uma cadeia feminina, a direção-geral respondeu dizendo que adotaram "um manual de recomendação técnicas relativo ao Acompanhamento e Gestão de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, o qual se encontra em vigor em todos os estabelecimentos prisionais, desde o dia 28 de abril".
"Neste contexto, é assegurado à pessoa transgénero a possibilidade de se apresentar e expressar de acordo com o género com o qual se identifica, sendo que este é tido em conta em todas as decisões, designadamente no que respeita à afetação interna e ao seu acompanhamento, tendo sempre como princípio orientador o equilíbrio entre a segurança e o bem-estar da pessoa privada de liberdade, partindo da avaliação dos riscos e necessidades individuais do caso em concreto", diz.
O sindicato, que já havia admitido que avançaria para uma greve caso a reclusa não fosse transferida para a cadeia de Monsanto, elogiou agora esta decisão.
A reclusa, que passou os últimos 35 anos a entrar e a sair da prisão, já tinha estado em duas cadeias femininas enquanto cumpria uma pena por crimes de violação, em 2011, segundo o SNCGP. Além disso, foi também acusada de crimes de "furto, roubo, sequestro e invasão de propriedade", segundo avançou o sindicato em entrevista à TVI. Na mesma entrevista, o sindicato adiantou ainda que a presa "nunca foi a uma consulta de psiquiatria nem tomou medicação" e afirmou que quando cumpriu pena na cadeia de Santa Cruz do Bispo disse que "queria voltar a ser homem".
No Parlamento, a ministra da Justiça afirmou que a presa em questão iria receber apoio psiquiátrico, mas o hospital-prisão recusou ficar com a mulher internada. Foi por isso colocada na prisão de Tires.
Neste momento existem "quatro reclusos em processo de transição de género" nas cadeias nacionais, garante a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Importa que o Governo dê agora um sinal claro, concreto e visível, de que avançará rapidamente com um modelo de assessoria sólido, estável e devidamente dimensionado, para todos os tribunais portugueses, em ambas as jurisdições.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.