Sábado – Pense por si

PSD: Portugal deve compensar Madeira se for excluído do corredor britânico

"Caso se confirme a exclusão, caberá ao Governo da República compensar o setor do turismo da Madeira, reforçando os mecanismos de apoio", afirmou líder parlamentar madeirense.

Os deputados do PSD/Madeira defenderam hoje que, se a Madeira for prejudicada pela eventual exclusão de Portugal do corredor aéreo do Reino Unido, na sexta-feira, a República deve compensar a região pelos prejuízos causados no setor do turismo.

"Caso se confirme a exclusão, caberá ao Governo da República compensar o setor do turismo da Madeira, reforçando os mecanismos de apoio, tal como já foi anunciado para o Algarve, num valor de 300 milhões de euros, perante a forte possibilidade desta situação gerar mais desemprego e falências neste setor da economia da Região Autónoma da Madeira", afirmou o líder parlamentar social-democrata madeirense, Jaime Filipe Ramos.

Numa conferência de imprensa, o responsável da bancada do PSD na Assembleia da Madeira destacou a importância de Portugal manter o corredor aéreo britânico, mencionando que, "após a inclusão, em 20 de agosto, na lista de países em que não é exigida quarentena no regresso ao Reino Unido, o turismo inglês cresceu 64% na região".

Jaime Filipe Ramos enfatizou que "o mercado britânico é dos mais importantes para a Madeira e a inclusão de Portugal nesse corredor aéreo criou expectativas nos empresários ligados ao setor do turismo".

Contudo, face à eventualidade de o Governo britânico reverter esta situação devido ao aumento dos casos de covid-19 em Lisboa e voltar a excluir Portugal, uma decisão que deverá ser anunciada sexta-feira, faz o setor turístico ficar "apreensivo", referiu.

O responsável do PSD/Madeira realçou que este retrocesso seria uma "situação será extremamente lesiva para o setor do turismo e para a economia em geral da região" e responsabilizou o Governo da República pelo que considera ser uma "incúria em termos de saúde pública".

O líder parlamentar do PSD sustentou ser necessário fazer uma "diferenciação da situação epidemiológica nas diferentes regiões do país", destacando que "a Madeira apresenta um quadro distinto, fruto da sua ultraperiferia e sobretudo das medidas de controlo implementadas pelo Governo Regional".

Também realçou que esta foi uma preocupação que o Governo da Madeira já transmitiu às diferentes identidades portuguesas e britânicas, em cartas enviadas ao ministro do Negócios Estrangeiros português, aos embaixadores do Reino Unido em Portugal e de Portugal no Reino Unido, assim como ao secretário de Estado dos Transportes britânico.

"A Madeira é um destino seguro e isso é reconhecido além das fronteiras nacionais, mas a verificar-se essa decisão do Reino Unido, a nossa região será altamente penalizada, tendo em conta que a lista é feita numa lógica do país e não das regiões", apontou Jaime Filipe Ramos.

De acordo com os últimos dados anunciados pelo Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAUDE), na quarta-feira, a região registava 42 casos ativos, contabilizando um cumulativo de 166 situações de covid-19 confirmadas e 124 doentes recuperados.

A Madeira é a única região do país sem registo de óbitos devido ao novo coronavírus.

Esta pandemia da covid-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.827 pessoas das 58.633 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.