Negócios imobiliários de Alexandre Almeida, o presidente da câmara de Paredes, e recandidato pelo PS, estão a levantar suspeitas, como revelou a SÁBADO.
As concelhias do PSD e do CDS-PP de Paredes, distrito do Porto, pediram hoje a demissão imediata do presidente do município e recandidato do PS nas eleições autárquicas "por negócios imobiliários milionários" de Alexandre Almeida, negócio revelado esta quarta-feira pela SÁBADO.
Autarca de Paredes sob suspeita por negócios imobiliários da Didalma, com lucro de 122 mil eurosDR
Em comunicado conjunto, os partidos que concorrem em coligação às eleições de 12 de outubro explicam que o pedido de demissão imediata surge na sequência de uma notícia da revista Sábado, segundo a qual os negócios imobiliários de Alexandre Almeida estão sob suspeita, nomeadamente a compra de dois apartamentos (T3) por 206 mil euros, e a venda de um deles, no mesmo dia, por 222.500 euros.
De acordo com a Sábado, o autarca socialista mantém-se, desde 2013, como sócio de uma empresa imobiliária, a Didalma, constituída com a sua ex-mulher, a qual passou de 123 euros de resultados líquidos em 2022 para cerca de 200 mil euros em 2024, registando 460 mil euros em vendas e prestações de serviços.
Em resposta à Sábado, o autarca disse que ambos os imóveis foram "comprados por contrato promessa de compra e venda (CPCV)" em 13 de janeiro de 2020, ainda "o edifício estava em construção". Nesta data, já Alexandre Almeida era presidente do município (foi eleito pela primeira vez em 2017) e o promotor imobiliário estava dependente de decisões camarárias.
O CPCV refere que o projeto de arquitetura do empreendimento ainda aguardava aprovação municipal, enquanto um relatório da própria autarquia - relativo à 2.ª revisão do Plano Diretor Municipal - indica que o processo camarário, identificado pelo número 179/19LI, teve alvará emitido a 11 de novembro de 2020.
"Na Sábado, conta-se que num só dia Alexandre Almeida ganhou mais de 100 mil euros com a compra e venda do mesmo apartamento, o que ficou registado em notário. Pior, que o autarca comprou o apartamento em causa ao construtor ainda antes de a obra estar licenciada, o que dependia de si e do seu executivo, ganhando, depois, com a mais-valia milionária", apontam as comissões políticas concelhias do PSD e do CDS-PP de Paredes.
Os dois partidos lembram que, "ao longo dos últimos anos, têm vindo a fazer notar a opacidade [de] como o atual Plano Diretor Municipal (PDM) foi revisto e como isso favoreceu uns em detrimento de outros".
"Alexandre Almeida, já depois de ter tomado posse, atuou no ramo imobiliário, abriu empresas no setor da contabilidade e não só passou a transacionar imóveis em valores milionários, como obteve mais-valias escandalosas", acusa a coligação PSD/CDS-PP.
Os dois partidos "acham intolerável que o presidente da Câmara de Paredes esteja a arrastar o nome do concelho para a lama".
"Envergonhando a população que em si confiou", lê-se no comunicado, que dá ainda conta da marcação de um conferência de imprensa "onde cruzará informação agora divulgada pela Sábado com deliberações e atas de reuniões camarárias que agora podem ajudar a explicar o comportamento de Alexandre Almeida".
A coligação insta ainda o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, "que ainda não foi a Paredes nessa qualidade, a retirar a confiança política ao seu autarca e a tomar uma posição clara sobre a matéria".
A agência Lusa questionou hoje a Câmara de Paredes acerca das suspeitas que recaem sobre o presidente, mas ainda aguarda resposta.
A Lusa questionou também a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre se o Ministério Público está a investigar Alexandre Almeida, aguardando igualmente resposta.
PSD e CDS-PP pedem demissão imediata do presidente da Câmara de Paredes
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