O secretário-geral socialista viu ser aprovado por uma ampla maioria a proposta de programa para um futuro executivo suportado também por BE, PCP e PEV
O secretário-geral socialista defendeu no sábado que a última coisa que o PS poderia fazer era viabilizar um Governo minoritário de direita, pela primeira vez na história da democracia portuguesa, e não se esforçar por criar uma alternativa.
António Costa falava no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que apreciará a proposta de programa de Governo socialista, tendo como suporte parlamentar o Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes.
Na sua intervenção, aberta aos jornalistas, António Costa defendeu que esta seria a primeira vez que um Governo minoritário PSD/CDS entraria em funções com "o apoio expresso do PS", sustentando em seguida que, "depois daquilo que os portugueses disseram nas urnas, a última coisa que o PS poderia fazer era viabilizar um executivo de direita, sem que se esforçasse por criar uma alternativa".
No final, uma ampla maioria da Comissão Nacional do PS aprovou a proposta de programa para um futuro executivo suportado também por BE, PCP e PEV, num hotel em Lisboa, com o partido "confiante" num apoio "maioritário, estável e duradouro" no parlamento.
Entre os militantes presentes, 163 votaram favoravelmente, dois abstiveram-se e sete votaram contra. Segundo fonte partidária, houve cerca de dezena e meia de intervenções na discussão, além do secretário-geral, António Costa.
Coligação Legítima
O secretário-geral do PS considerou este sábado tão legítimos os governos formados por coligação pré-eleitoral como os formados por acordos pós-eleitorais e tão legítimo o seu compromisso com a esquerda como o de Passos e Portas em 2011.
Estas foram algumas das posições assumidas por António Costa no seu longo discurso perante a Comissão Nacional do PS, que se prepara para aprovar um programa de Governo socialista com suporte parlamentar do PCP, Bloco de Esquerda e de "os Verdes".
Na sua intervenção, o secretário-geral do PS procurou desmontar a tese sobre uma alegada ilegitimidade para a formação de um Governo socialista acordado após as eleições com o PCP e com o Bloco de Esquerda.
Reposição dos feriados
O Partido Socialista (PS) compromete-se na sua proposta de programa de Governo a repor em 2016 os quatro feriados que foram eliminados pelo anterior executivo.
A reposição dos feriados será feita em duas fases, com os dois feriados civis, de 5 de Outubro e de 1 de Dezembro, a serem repostos de imediato, sendo negociados com as entidades competentes os dois feriados religiosos que também haviam sido eliminados.
"A partir de 2016 serão repostos a totalidade dos feriados suprimidos em 2012", lê-se no documento divulgado este sábado pelos socialistas, adiantando-se que esta reposição "será imediata para os feriados civis de 5 de Outubro e 1 de Dezembro, sendo acordada com as entidades competentes a reposição dos dois feriados religiosos".
Fim da contribuição do audiovisual na factura eléctrica
O PS quer retirar a contribuição do audiovisual da factura da energia eléctrica e incorporá-la "no universo das comunicações" e "sem perda de receita" para a televisão pública.
No documento, que incorpora as medidas resultantes das negociações do PS com o Partido Comunista Português (PCP), com o Bloco de Esquerda e com "Os Verdes", propõe-se "retirar da factura da energia eléctrica a Contribuição do Audiovisual e incorporá-la no universo das comunicações sem perda de receita para a RTP".
A medida faz parte da rubrica "Energia mais limpa e mais barata" da proposta de programa.
Anulação das privatizações de transportes de Lisboa e Porto
O Partido Socialista defende o reforço das competências das autarquias locais e aponta para a anulação das concessões e privatizações em curso nos transportes colectivos de Lisboa e Porto.
"O reforço das competências das autarquias locais na área dos transportes implica a anulação das concessões e privatizações em curso dos transportes colectivos de Lisboa e Porto", afirma-se na proposta de Governo do PS para a XIII legislatura, a que a Lusa teve acesso.
A anulação dos processos de privatização dos transportes colectivos de Lisboa e Porto é um dos pontos que resulta das negociações com o Bloco de Esquerda (BE), PCP e Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) e tem sido reclamada por sindicatos, trabalhadores e autarquias, nomeadamente a de Lisboa.
O PS reúne ainda domingo a sua Comissão Política, pelas 21:30, na sede nacional do largo do Rato. O PCP também terá o seu comité central reunido durante o dia e o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, dará uma conferência de imprensa pelas 19h.
Programa de Governo de Costa aprovado pela Comissão Nacional do PS
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.