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PCP: o partido que nunca perde, mesmo quando perde muito, vai voltar "à luta"

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 31 de janeiro de 2022 às 00:10

Quem ouvisse Jerónimo de Sousa sem ter visto os resultados eleitorais não acreditaria que os comunistas tinham acabado de sofrer o seu maior desaire eleitoral. Os comunistas dizem acreditar na recupreração: e avisam que vão "intensificar a luta".

Pouco passava das dez horas da noite quando Jerónimo de Sousa entrou na sala do hotel ao lado da sede do PCP, em Lisboa, para o que em tese deveria ser um discurso de derrota – o grupo parlamentar encolheu para metade (ou apenas um terço, se comparado com 2015), levando o partido a perder a sua presença histórica em Évora e Santarém. Mas, no PCP, o hábito de não conceder publicamente a responsabilidade por derrotas, mesmo que pesadas, continua bem vivo. Quando uma jornalista da SIC começou uma pergunta com as perdas contínuas de votos do PCP, Jerónimo interrompeu-a em tom jocoso: "Estava a ver que não perguntava...". A assistência – que após a divulgação dos resultados se remetera a um silêncio de igreja durante mais de duas horas – rebentou em risos e palavras de ordem: "A CDU avança! Com toda a confiança! A CDU avança! Com toda a confiança!". Avança para onde? Jerónimo deixaria uma pista.

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