O antigo secretário de Estado das Obras Públicas disse em tribunal que o Governo de José Sócrates assumiu uma posição neutral em relação à Portugal Telecom e que a OPA da Sonae à PT não foi concertada.
O antigo secretário de Estado das Obras PúblicasPaulo Camposdisse esta quinta-feira em tribunal que o Governo de José Sócrates assumiu uma posição neutral em relação à Portugal Telecom e que a OPA da Sonae à PT não foi concertada.
Segundo fonte judicial, Paulo Campos, que foi chamado aoTribunal Central de Instrução Criminalpela defesa do ex-primeiro-ministro, esteve mais de quatro horas a ser inquirido, tendo muitas vezes feito a defesa do Governo socialista do qual fez parte e das decisões de José Sócrates.
O antigo governante disse também queSócratesesteve reunido com Ricardo Salgado, presidente do Grupo Espírito Santo, uma hora antes da Assembleia geral da PT na qual foi decidido vender a venda da Vivo à Telefónica em 2010.
Paulo Campos disse também que desconhecia ter havido algum investimento de risco doBES.
No processo Operação Marquês o Ministério Público questiona a eventual influência de Ricardo Salgado junto do Governo de Sócrates em negócios que tiveram a participação do GES, tais como a contestação à OPA da Sonae sobre a PT em 2006/2007, a cisão da PT Multimédia, a venda da Vivo à Telefónica em 2010 e a compra de 22,28% do capital da Oi por parte da PT.
Antes da sessão, Paulo Campos disse aos jornalistas que iria repor a verdade perante o juiz de instrução do processo, Ivo Rosa e que iria esclarecer o que o magistrado entendesse ver esclarecido.
Paulo Campos é tido como amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, arguido no processo Operação Marquês, e esteve ligado a projetos como o aeroporto de Beja, o comboio de alta velocidade (TGV) e o novo aeroporto de Lisboa.
A Operação Marquês conta com 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.
José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES) e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.
Operação Marquês: Paulo Campos diz que defende Sócrates
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