"O que vimos em Vila Real [em março, quando um lar de idosos foi evacuado após terem sido detetados cerca de 70 utentes com covid-19] foi, claramente, uma função das forças de segurança. Não nos foi solicitado qualquer apoio, logo não está de acordo com protocolo definido [que estipula a colaboração entre forças de segurança e forças armadas no período da pandemia]. A polícia fez o que tinha de fazer", afirmou Magina da Silva, em declarações aos jornalistas, no Porto, onde acompanhou uma ação de fiscalização a condutores no âmbito das restrições de circulação durante o estado de emergência no país.
O diretor nacional da PSP admitiu ter ligado a pedir desculpas ao Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), mas devido a um e-mail com origem na PSP que foi divulgado publicamente e não "pelo comportamento que a polícia de Vila Real teve, porque esse foi o correto".
O CEMGFA considerou na terça-feira, na Assembleia da República, "ultrapassado e sanado" o "erro" da PSP por ter identificado um militar armado numa desinfeção a um lar em Vila Real.
O "tema muito sensível" foi comentado pelo almirante Silva Ribeiro durante uma audição, a pedido do PS, na comissão de Defesa Nacional, na Assembleia da República, sobre a participação dos militares no combate à pandemia de covid-19 em Portugal.
Depois de perguntar se havia jornalistas na sala e de saber que a reunião era aberta, o almirante explicou o incidente, sustentou as suas posições em pareceres de juristas do Estado-Maior-General para concluir que a PSP extravasou "legalmente as suas competências" ao identificar o comandante da força que estava a fazer um perímetro de segurança a um lar de idosos, em Vila Real, em 31 de março.
Os militares formaram, armados, um cordão de segurança à volta do lar durante a desinfeção do local onde estavam vários idosos doentes.
O CEMGFA explicou que não comentou o caso antes para "preservar a dignidade" do diretor nacional da PSP que, após o incidente, lhe telefonou "a pedir desculpa".
"O problema do país é a covid, não é uma crise entre as forças armadas e as forças de segurança", disse, garantindo que "foi um lapso, não houve problema nenhum" e que este não é altura para "andar em guerras de capelinhas".
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, que vive em estado de emergência desde 19 de março, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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