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Nove casinos portugueses anunciam encerramento temporário

14 de março de 2020 às 10:32
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Grupos Solverde e Estoril-Sol e a Sociedade Figueira Praia querem impedir a propagação do coronavírus Covid-19.

Os grupos Solverde e Estoril-Sol, que operam oito dos onze casinos em Portugal, anunciaram que pediram ao Estado a autorização para o encerramento temporário dos seus estabelecimentos físicos de jogo, como medida preventiva de propagação da Covid-19.

Em causa estão os Casinos Espinho, Chaves, Vilamoura, Portimão e Monte Gordo, operados pelo grupo Solverde além dos Casinos de Lisboa, Estoril e Póvoa de Varzim cuja concessão está na esfera do grupo Estoril-Sol.

"A Administração do grupo Solverde está segura que esta iniciativa se impunha na defesa dos superiores interesses dos seus colaboradores, clientes e saúde publica em geral", pode ler-se num comunicado enviado pelo grupo aos seus colaboradores a que agência Lusa teve acesso.

No mesmo texto, o grupo Solverde informou que a medida de encerramento se irá prolongar por 14 dias, garantindo que "desenvolverá todos os esforços para que esta situação tenha o menor impacto possível em todos os seus colaboradores", recomendando que os mesmos "sigam as instruções dadas pela Direção Geral de Saúde".

Já o grupo Estoril-Sol, num comunicado enviado à agência Lusa, não especificou o período pelo qual vigorará o encerramento temporário dos seus casinos, mas informou que a medida "embora ainda se encontre em processo de avaliação pela tutela", será implementada "desde já considerando a sua urgência".

"Com esta decisão, a Estoril Sol tem como objetivo primordial assegurar o bem-estar e a saúde dos seus visitantes e dos seus funcionários, procurando minimizar o impacto desta pandemia na sociedade em geral", pode ler-se no comunicado.

No mesmo texto, a empresa garante que se "manterá atenta à evolução deste problema de saúde pública em escala mundial, mantendo-se em estreita cooperação com as autoridades nacionais e disponibilizando-se para a alteração de procedimentos ou adoção de novas medidas que assim se justifiquem".

O Casino da Figueira da Foz vai encerrar ao público durante 14 dias, juntando-se a mais oito casinos em Portugal continental que fecharam as portas para impedir a propagação da pandemia de Covid-19.

De acordo com um comunicado divulgado na noite de sexta-feira, a Sociedade Figueira Praia, detentora da concessão para explorar este espaço, "requereu ao Estado português o encerramento ao público do Casino Figueira, a contar do dia 14 de março de 2020 e pelo período de 14 dias, cooperando no esforço coletivo para minimizar os possíveis impactos inerentes" à pandemia do novo coronavírus.

A nota acrescenta que, apesar de a sociedade estar "consciente do forte impacto financeiro negativo" que esta decisão terá para a empresa e para a cidade da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, o "supremo valor da vida humana impõe-se a tudo o resto", uma vez que se trata de uma "emergência de saúde pública".

A reabertura deste casino "ocorrerá após reavaliação da situação".

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) "exigiu ao Governo medidas imediatas que protejam a vida e saúde dos clientes e trabalhadores das salas de jogo de casinos e bingos".

Num comunicado enviado antes da medida anunciada pelos grupos Solverde e Estoril-Sol, a federação de sindicatos considerou que o Estado deixou os trabalhadores destes estabelecimentos "ao abandono".

"O mínimo que se exige ao Governo e às concessionárias de jogo era que se restringisse o acesso aos casinos a clientes/jogadores (...) e que se limitasse o número de jogadores por mesa para permitir o menor contacto entre os clientes e os trabalhadores", pode ler-se num comunicado da FESAHT.

Os sindicalistas consideraram que as medidas de higiene para a evitar a propagação do Covid-19 nestes locais não têm sido suficientes e apontaram que "nas salas de jogo do bingo a situação ainda é pior".

"Não foram feitas circulares aos trabalhados, não existe gel desinfetante nem um reforço de limpeza", denuncia a FESAHT.

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