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Ministra defende retoma das PPP em "muitas unidades de saúde"

Lusa 26 de fevereiro de 2025 às 07:33
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"É uma questão de gestão, não tem nada a ver com a ideologia", garantiu Ana Paula Martins, apontando o exemplo do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, como uma das unidades que podem passar para PPP, mas sem adiantar quais os outros hospitais que poderão integrar o modelo público-privado.

A ministra da Saúde defendeu esta quarta-feira, 26, o regresso de vários hospitais ao modelo de parceria público-privada (PPP), como o Beatriz Ângelo, alegando que isso se justifica por uma questão de gestão e não por ideologia.

CARLOS BARROSO/LUSA

"Eu defendo que em muitas das nossas unidades de saúde nós devemos retomar o modelo de PPP", afirmou Ana Paula Martins, no podcast "Política com Assinatura" da Antena 1 da jornalista Natália Carvalho.

Segundo a ministra, se a um determinado tipo unidades de saúde for devolvido um modelo de concessão e de gestão com normas que são utilizadas no setor privado consegue-se "melhores resultados para as pessoas".

"É uma questão de gestão, não tem nada a ver com a ideologia", garantiu Ana Paula Martins, apontando o exemplo do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, como uma das unidades que podem passar para PPP, mas sem adiantar quais os outros hospitais que poderão integrar o modelo público-privado.

Nesta entrevista, a ministra reiterou ainda que defende um modelo complementar de prestação de cuidados de saúde, alegando que, quando esgotada a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não vai "deixar pessoas à espera desde que elas aceitem ser tratadas no privado ou no social".

Questionada sobre as mudanças das administrações das Unidades Locais de Saúde (ULS), Ana Paula Martins salientou ter "total e absoluta liberdade" para escolher as pessoas que entende serem as mais adequadas para o cargo e questionou a "moralidade" do PS para criticar as recentes substituições.

"Todas estas administrações que estão hoje à frente das ULS foram escolhidas já depois da queda do Governo pelo anterior diretor executivo, professor Fernando Araújo", disse a ministra, questionando a "necessidade que havia de mudar repentinamente tanta gente, mais de 230 dirigentes", numa altura em que se iriam realizar eleições legislativas.

"A decisão só a mim pode ser imputada e não tem em conta o facto de as pessoas pertencerem ou não pertencerem ao PSD", afirmou ainda a governante.

Ana Paula Martins anunciou ainda que pretende diminuir a dependência que o SNS apresenta de médicos prestadores de serviços, reconhecendo, porém, que sem estes tarefeiros muitas urgências no país estariam fechadas atualmente.

Segundo referiu, o Governo pretende diminuir de forma significativa o recurso a médicos tarefeiros por parte dos hospitais, dando-lhes a possibilidade de poderem entrar para o SNS.

Caso não aceitem esta solução, estes médicos só poderão prestar serviços no SNS "em condições muito particulares" que estão ainda a ser definidas, afirmou Ana Paula Martins, ao adiantar que cerca de 200 mil pessoas passaram a ter médico de família desde que o atual Governo entrou em funções.

A ministra da Saúde considerou também que, relativamente aos atendimentos nas urgências, o inverno "não teve maus resultados", apesar de reconhecer que "não correu tudo bem" ao nível dos tempos de espera, mas "que são sempre nos mesmos hospitais".

"É verdade que, com Gandra D´Almeida [diretor executivo do SNS que se demitiu], nós tivemos um inverno bastante mais eficaz em termos de resposta do que tivemos no verão", afirmou Ana Paula Martins.

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