Sábado – Pense por si

Marcelo "não é presidente de um partido"

13 de fevereiro de 2017 às 22:41
As mais lidas

Presidente da República respondeu às críticas que lhe têm sido feitas por parte de dirigentes do PSD, recordando ainda que o apoio ao Governo "faz parte da lógica do papel constitucional"

"Um Presidente da República, por definição, é o Presidente de todos os portugueses. Não é o Presidente nem de um partido, nem de uma central sindical." Foi desta maneira que o Presidente da República, Marcelo de Rebelo de Sousa, respondeu às críticas que lhe têm sido feitas por parte de dirigentes do PSD, recordando ainda que o apoio ao Governo "faz parte da lógica do papel constitucional".

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à entrada para a antestreia do documentário Diálogos das Carmelitas, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, e depois de se ter recusado a comentar a polémica do ministro das Finanças e da Caixa Geral de Depósitos, foi questionado sobre as vozes críticas que têm surgido à sua actuação presidencial. "Ah, a essa eu respondo. Um Presidente da República, por definição, é o Presidente de todos os portugueses. Não é o presidente nem de um partido, nem de uma central sindical. Eu fui dirigente partidário e percebo perfeitamente a posição dos partidos, como percebo a posição das centrais sindicais. Têm que representar os seus interesses, as suas estratégias e as suas tácticas e, portanto, é natural que critiquem aquilo de que discordam", explicou.

E, apesar de dizer perceber "os pontos de vista de cada um dos vários protagonistas da vida política, sindical e patronal portuguesa", Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "têm de perceber a posição do Presidente da República". "Mesmo o facto de ser do PSD não é razão para gostar mais ou menos de um Governo que seja ou não da sua área política. Deve tratar da mesma maneira os Governos, quaisquer que sejam os primeiros-ministros", justificou.

O chefe de Estado socorreu-se ainda da actuação dos seus antecessores: "como se lembrarão mantiveram o apoio anos a fio a Governos que não eram da sua área. Faz parte da lógica do papel constitucional do Presidente, portanto".

Interrogado sobre se estava à espera destas críticas, Marcelo foi peremptório: "Se eu, como líder, fi-las, naturalmente estou à espera". "Ser-se Presidente é cumprir uma missão nacional, não é um concurso de popularidade", enfatizou.

Embora reconhecendo que não se pode queixar - porque admite que "é simpático que os portugueses tenham um conceito tão generoso" em relação à sua actuação, "como as sondagens desta semana mostraram" - o Presidente da República assegurou que não atua desta forma "para isso". "Se amanhã acontecer como aconteceu com muitos Presidentes portugueses ou estrangeiros terem 6,7,8, 10% de simpatias, se aquilo que fazem, fazem em consciência, estão a fazer muito bem", garantiu.

Em declarações ao Diário de Notícias, o social-democrata José Eduardo Martins, apoiante de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o Presidente da República se "descredibilizou" com a falta de imparcialidade ao proteger o ministro das Finanças.

Ao Sol, o vice-presidente do PSD Marco António Costa disse que por vezes ficava "algo perplexo com as declarações" que Marcelo Rebelo de Sousa produz.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!