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Marcelino da Mata: entre a admiração e o horror

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 04 de março de 2022 às 20:00

“Criminoso” ou “corajoso”? Os abusos e a eficácia criaram duas barricadas no debate. “Um Rambo” que “excedeu tudo”, diz Vasco Lourenço.

Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nem tributo nenhum”, escreveu Mamadou Ba, ativista antirracismo, nas redes sociais, quando o militar morreu, em fevereiro de 2021. André Ventura escreveu no Twitter que fora um insulto “a um herói nacional como Marcelino da Mata”. Já o CDS, liderado por Francisco Rodrigues dos Santos, tinha acabado de pedir luto nacional pela morte do ex-militar. E o historiador Fernando Rosas disse na TVI que era “um homem que traiu a causa nacional do seu país através de uma ação dentro de um corpo de tropa especial, os Comandos, onde é acusado de cometer crimes gravíssimos”. Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS, respondeu-lhe que a pergunta “herói ou vilão”, tema do debate, o chocava: o mais condecorado militar da história portuguesa, de resto promovido a tenente-coronel já em democracia, só podia ser um herói tout court, “vilões são os que insultam a sua memória e o torturaram barbaramente no RALIS em 1975, (...). E, sobre os alegados crimes, “não acredito em metade dessas histórias”. Durante uma semana, discutiu-se apaixonadamente Marcelino da Mata.

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