Relatório da DGS e do Instituto Ricardo Jorge alertam para que o impacto da Páscoa e da segunda fase do desconfinamento ainda não é conhecido.
Portugal vive a segunda fase do plano de desconfinamento e tal como previsto, os números de casos são superiores aos do período em que todos estavam confinados à suas casas. Mas desta vez foram estabelecidas linhas vermelhas para travar o desconfinamento. Portugal já ultrapassou a linha vermelha da transmissibilidade, estando acima de 1, mas mantém-se dentro dos limites na incidência de novos casos. Porém, esses dados podem vir a alterar-se, alerta o segundo relatório da monitorização das linhas vermelhas para a covid-19.
TIAGO PETINGA/LUSA
O documento da Direção Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Ricardo Jorge alerta para o facto de ser ainda desconhecido o impacto do período pascal e do início do desconfinamento nos dados agora avaliados. O que deve ser reconhecido "nas próximas semanas".
Por enquanto, Portugal ultrapassou o nível definido para a transmissibilidade, estando acima de 1 a nível nacional e em várias regiões, com exceção do Alentejo, onde está nos 0,99. "Mantém-se o aumento do Rt desde 10 de fevereiro de 2021, exceto no Algarve onde se observa uma redução em comparação com o último relatório (1,19 para 1,05)", refere a nota que acompanha o relatório, divulgado no sábado.
A outra linha vermelha é a da incidência de novos casos, que nos últimos 14 dias foi de 66 por 100 mil habitantes. Uma tendência "ligeiramente crescente". "Estima-se que o tempo de duplicação da incidência seja de 86 dias pelo que, à taxa atual, serão necessários 2 ou mais meses para se atingirem 120 casos/100.000 habitantes", aponta o relatório. No entanto, estas margens podem diminuir, uma vez que tal como referem os peritos ainda não são conhecidas as consequências da Páscoa e da segunda fase do desconfinamento que começou a 5 de abril, com mais escolas abertas, esplanadas e ginásios a funcionar.
Quanto aos internados em cuidados intensivos, apesar do número ainda ser superior a 100, tem vindo a cair e está longe do valor crítico definido: as 245 camas ocupadas. A proporção dos testes positivos também se mantém abaixo do limite de 4%, estamos nos 1,5%, dos 238.821 testes realizados nos últimos sete dias.
A transmissão comunitária é classificada como sendo "de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde". Com a abertura de escolas até ao 9.º ano, verificou-se um "ligeiro aumento da transmissão nas faixas etárias mais jovens, mas com menor risco de evolução desfavorável da doença".
Em relação às variantes que estão a circular neste momento em Portugal, a britânica assume-se cada vez mais como a predominante. É agora a responsável por 82,9% dos casos. Enquanto as da África do Sul e do Brasil estão associadas a 2,5% e a 0,4% dos casos, respetivamente.
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.